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Líder da UE diz que se gregos votarem "não", estarão vontando contra a Europa

Redação Folha Vitória

São Paulo - Se os gregos votarem contra as propostas dos credores internacionais no referendo convocado para o próximo domingo, estarão votando contra a Europa, disse nesta segunda-feira o presidente da Comissão Europeia, o braço executivo da União Europeia, Jean-Claude Juncker.

Após as negociações entre o governo grego e os credores terminarem sem um acordo no fim de semana, o primeiro-ministro Alexis Tsipras convocou um referendo para consultar a população sobre as propostas das instituições. Sobre essa atitude, Juncker disse que se sentiu "traído" pelo líder grego, pois foi pego de surpresa com o anúncio do referendo. "Ele não me alertou", disse.

Depois de meses de boas relações com Tsipras durante as negociações, Juncker deixou de lado a cabeça fria do analista econômico e atacou verbalmente o primeiro-ministro, queixando-se de "egoísmo, jogos táticos e jogos populistas".

O presidente da Comissão Europeia disse ainda que a Grécia tem direito de realizar o referendo, mas que seria aconselhável para o governo grego "dizer a verdade ao povo grego, em vez de simplificar a sua mensagem a uma não mensagem". "Os gregos precisam de um quadro mais claro sobre o que está em jogo no referendo", acrescentou.

Para Juncker, a proposta dos credores de resgate à Grécia é "justa" e que as discordâncias com o país foram "exageradas". Segundo ele, a proposta mais recente exige 12 bilhões de euros em cortes nos próximos anos do que o atual programa de resgate. Sobre uma possível saída do país da zona do euro, Juncker afirmou que esta nunca foi uma opção para ele e que deseja que o bloco permaneça com 19 países ou mais.

A Grécia tem até amanhã para pagar uma dívida de quase 1,6 bilhão de euros ao FMI e o pagamento é necessário para que o governo consiga mais ajuda financeira. A nova ajuda, no entanto, só vira se o país concordar com reformas econômicas propostas pelos credores, que incluem cortes no orçamento do governo e mudanças no sistema previdenciário. Se não houver acordo, a Grécia pode ter de deixar a zona do euro. Com informações da Associated Presse e Dow Jones Newswires

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