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Falta de medicamentos no mercado põe em risco oferta de leitos para covid-19 no ES

Segundo o secretário Nésio Fernandes, o problema não está restrito apenas ao Espírito Santo, mas a todo o país, e atinge também os hospitais particulares

Foto: Divulgação

A falta no mercado de medicamentos para o tratamento de pacientes infectados com o novo coronavírus tem ameaçado a oferta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para a covid-19. O problema foi abordado pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, durante uma coletiva de imprensa realizada na tarde de segunda-feira (22).

Segundo ele, o problema não está restrito apenas ao Espírito Santo, mas a todo o país, e atinge também os hospitais da rede particular.

"A falta de medicamentos tem sido pontual e tem sido suprida por compras emergenciais e com a utilização de medicamentos de segunda e terceira opção, na falta de medicamentos de primeira opção. Ainda o Estado do Espírito Santo não viveu um problema crônico e sustentado da falta plena e total de todos os medicamentos. No entanto, estamos realizando compras emergenciais, dialogando com indústrias, articulados com o ministério [da Saúde] para compra nacional e internacional, e muitas estratégias simultâneas para poder garantir a oferta desses medicamentos", garantiu Nésio Fernandes. 

Um dos hospitais que tem enfrentado esse problema no estado ´e Evangélico de Itapemirim, no litoral sul do Estado. Na época em que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) adquiriu os leitos de UTI do hospital, ele contava com 20 vagas na unidade de terapia intensiva. Atualmente, segundo o Painel Covid-19, da Sesa, esse hospital conta com 17 leitos, todos ocupados.

Na última quinta-feira (18), o Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim (HECI), que administra a unidade do litoral sul, divulgou um comunicado informando que alguns medicamentos usados em pacientes infectados pelo coronavírus, como relaxantes musculares e anestésicos, estão em falta no mercado e que, devido a isso, o hospital tem tentado importar esses remédios.

Na ocasião, o HECI informou que nem mesmo com pagamento antecipado a indústria teria disponível esses medicamentos para fornecer. "O problema é que a procura está muito maior do que a capacidade de produção da indústria", destacou a nota divulgada pelo hospital.

O secretário de Saúde destacou que o governo do Estado tem tentado, na medida do possível, ajudar a suprir essa necessidade nos hospitais que não fazem parte da rede estadual.

"O Estado do Espírito Santo tem feito empréstimos de medicamentos que têm faltado no mercado para hospitais filantrópicos, hospitais privados contratualizados. Alguns itens de medicamentos também têm sido emprestados para municípios, numa atitude solidária, numa atitude de poder compartilhar os estoques que temos com outros serviços, que vão apresentando escassez desses medicamentos", frisou Nésio Fernandes.

"O fato concreto é que há uma crise na produção deles [medicamentos]. Há uma crise no mercado, que independe da vontade dos hospitais privados ou públicos. Os hospitais privados, mesmo aqueles que não prestam serviços à saúde pública, principalmente atendem planos de saúde e serviços privados de saúde, também estão tendo essa dificuldade de encontrar no mercado", acrescentou.

Durante a coletiva, o secretário ressaltou novamente a importância de se manter as medidas de isolamento e distanciamento social, para evitar a proliferação do coronavírus e, consequentemente, sobrecarregar o sistema de saúde.

"É mais um alerta na sociedade de que o limite da capacidade de atenção hospitalar também está limitado por questões da indústria, não somente na questão da decisão dos gestores dos hospitais privados ou dos gestores do Sistema Único de Saúde", finalizou.

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