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Sedu: de 240 mil alunos da rede estadual, 36 mil não participaram de nenhuma atividade à distância

Segundo o secretário, a Sedu tem se esforçado para reintegrar esses estudantes ao ambiente escolar, ainda que à distância

Foto: Divulgação/MCTIC

Aproximadamente 36 mil alunos da rede estadual de ensino não estão participando das atividades pedagógicas à distância, oferecidas pelo governo do Estado, e sequer foram localizados pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu). O número corresponde a 15% dos cerca de 240 mil alunos que hoje fazem parte da rede estadual.

A informação é do secretário estadual de Educação, Vitor de Ângelo, que participou de uma coletiva de imprensa pela internet, na tarde desta quinta-feira (25). Segundo o secretário, a Sedu tem se esforçado para reintegrar esses estudantes ao ambiente escolar, ainda que à distância, e, dessa forma, evitar que eles abandonem os estudos.

"Tentamos todas as formas de contato possíveis e não os encontramos. Ligamos para a casa deles, mandamos e-mail. Mas nossas condições para procurá-los são muito precárias. Em virtude da própria pandemia, nós não podemos ir à casa do aluno, por exemplo", frisou De Ângelo.

"Mas esse grupo que ainda não foi encontrado não foi esquecido nem ignorado. Pelo contrário. Ele entra em outro ponto do planejamento, que é a busca ativa, porque se esse grupo não foi encontrado e, portanto, não participou de nenhuma atividade do EscoLAR, a chance que ele tem de abandonar a escola é maior. Quando as escolas reabrirem, a chance dele não voltar é muito grande", completou o secretário.

De acordo com o secretário, à medida que esses alunos forem sendo reintegrados ao ambiente escolar, todo o conteúdo que eles perderam nesses meses será repassado para eles.

"Estamos mapeando quem são esses alunos, estabelecendo nossos protocolos com municípios e a Unicef para desenhar um programa de busca ativa voltado exclusivamente para esse momento pós-pandemia. Nós já temos nome e matrícula desses alunos com muito potencial de abandono e aqueles que forem encontrados e voltarem, nós faremos a intervenção pedagógica para recuperar esse tempo perdido, afinal esses alunos, não tendo sido encontrados, não fizeram nenhuma atividade pedagógica desde que as escolas foram fechadas, em março", frisou.

Monitoramento dos alunos

Durante a coletiva desta quinta-feira, o governo do Estado anunciou que, a partir de julho, as atividades oferecidas pelo Programa EscoLAR, via aplicativo, internet e TV, passarão a valer como carga horária do ano letivo para os estudantes da rede estadual. O programa é oferecido desde meados de abril e, inicialmente, tinha como proposta possibilitar que os alunos mantivessem contato com as atividades pedagógicas à distância, já que as escolas estão fechadas desde o dia 17 de março, em função da pandemia do novo coronavírus.

Também foi anunciado, nesta quinta-feira, que a frequência do aluno às atividades à distância será monitorada pela Sedu — uma vez que o conteúdo passará a fazer parte da grade curricular. No entanto, Vitor de Ângelo ressaltou que ainda não está decidido se o aluno poderá reprovar por falta.

"Isso vai depender de uma discussão ampla que será feita mais adiante e que não envolverá apenas nós do governo. Em um contexto de pandemia, o Ministério Público, o conselho tutelar e o Conselho Estadual de Educação podem recomendar que, diante das adversidades que essa pandemia provoca na vida dos alunos, essa eventual falta possa não ser computada para fins de reprovação. O monitoramento da frequência será feito, mas a decisão sobre o que fazer com esse monitoramento virá após um amplo debate com outros atores".

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