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Governo do ES promete começar reforma no Teatro Carmélia ainda neste ano

Antes de se tornar um centro cultura, o prédio que foi construído em 1987 abrigou os galpões de café do Instituto Brasileiro de Café (IBC)

Foto: Reprodução TV Vitória

Sinônimo de cultura e da história capixaba, a reforma no Centro Cultural Carmélia Maria de Souza deve começar ainda neste ano, de acordo com o Governo do Espírito Santo. 

Segundo a secretária de Turismo, Lenise Loureiro, o centro cultural será todo reformado e a obra faz parte do projeto de trazer importantes órgãos públicos para o Centro de Vitória. Rádio Espírito Santo e TV vão estar juntas. 

"Fazendo desse ambiente um espaço cultural com apoio da imprensa oficial do Estado trazendo dinamismo para essa área".

Segundo Lenise, ainda neste ano as obras devem ser realizadas e em 2022, a construção final com a chegada da Rádio Espírito Santo e a criação do espaço completo.

"Eu acredito que neste ano, a gente consiga fazer as obras de telhado, forro, limpeza, porque os projetos complementares para a chegada da Rádio Espírito Santo e reforma desse teatro, estão em fase de contratação. Então a gente começa com alguma obra e ao mesmo tempo já licita os projetos complementares do que é esse ambiente como um todo até a área externa e em 2022 a reforma para transferir a rádio para cá e fazer um espaço de cultura e comunicação do Espírito Santo".

Antes de se tornar um centro cultura, o prédio que foi construído em 1987 abrigou os galpões de café do Instituto Brasileiro de Café (IBC). Após o instituto sair do local, no final dos anos 80 e início dos anos 90, o espaço viveu um período de auge. Teatro, dança, biblioteca, esporte, entre outras programações.

Na parte externa, as marcas do abandono da estrutura já impressionam, mas na parte interna, mais especificamente no espaço chamado "Teatro José Carlos Oliveira", que faz parte do complexo cultura, o cenário é ainda mais preocupante.

Cadeiras quebradas, rasgadas, fiações elétricas destruídas e o cheiro forte de mofo já fazem parte de todo o cenário do local.

"Não tem nada projetado, não tem nada para ser executado e em contrapartida a violência está crescendo aqui nesse entorno. A exclusão social e cultural é muito forte. Eu aprendi que investir na educação e na cultura também é uma forma de reduzir a violência de uma forma mais rápida e econômica", afirmou o agitador cultural Raimundo Oliveira.

Com o passar dos anos, o centro cultural já pertenceu ao governo federal, municipal, estadual, e passou para a prefeitura. Além disso, iria virar uma cidade do samba, mas voltou para o governo federal e no ano passado virou centro de uma polêmica, quando o governo queria trazer os armazéns de café de volta para o local. Artistas e representantes da comunidade protestaram.

O Governo Federal recuou e a ideia não foi para frente. O Estado prometeu assumir e cuidar do Carmélia. Vale lembrar que dentro do espaço, em um local anexo, funciona a TV Educativa do Espírito Santo (TVE). 

"Quando o Governo sinalizou que a gente poderia fazer essa integração com o Centro Cultural Carmélia, isso foi muito bem visto por todo mundo porque a TVE tem um braço muito importante na área cultura. Ela é conhecida por esse incentivo e pela produção de conteúdo na área cultural", explicou o diretor presidente da RTV, Igor Pontini Mesquita.

O diretor da Rádio Espírito Santo, afirma que a união de TV, rádio e teatro, vai dar certo. "É muito positivo para as emissoras e a gente enxerga que é muito positivo para a cidade, porque a gente vai pegar uma área que está sem uso e a gente vai poder trazer festivais, mostras, trazer vida para esse lugar e tudo o que acontecer aqui a gente consegue colocar nas emissoras públicas dos capixabas e isso é muito positivo".

Raimundo Oliveira não acredita muito na reforma prometida pelo governo.

"O poder público acha que a sociedade é palhaça. Uma hora está sendo deito o projeto de restauro, depois vai fazer a captação de recursos, depois seria passada para as escolas de samba, depois seria devolvida ao Estado. Então é uma forma de enganar a sociedade e daqui há seis meses você vai voltar aqui para dizer que não foi feito e vão inventar outras desculpas".

* Com informações do repórter Michel Bermudes, da TV Vitória/RecordTV

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