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Número de mortos após terremoto já chega ao menos a mil no Afeganistão

Os esforços de resgate provavelmente serão complicados, porque o epicentro ocorreu em uma região montanhosa de difícil acesso com aldeias remotas

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução / Twitter

O mais letal terremoto em décadas matou ao menos mil pessoas no Afeganistão nesta quarta-feira, 22. O tremor ocorreu em uma região rural e montanhosa do leste do Afeganistão na madrugada de quarta-feira. Ao menos outras 1,5 mil pessoas ficaram feridas.

Segundo as autoridades, o número provavelmente deve aumentar, porque terremotos dessa força causam danos graves na área remota, onde casas e outros edifícios são mal construídos e deslizamentos de terra são comuns.

Os esforços de resgate provavelmente serão complicados, porque o epicentro ocorreu em uma região montanhosa de difícil acesso com aldeias remotas.

O desastre representa um grande teste para o governo, porque muitas agências internacionais de ajuda deixaram o Afeganistão após a tomada do país pelo Taleban no ano passado e a retirada caótica dos militares dos EUA da guerra mais longa de sua história. Os socorristas chegaram ao local de helicóptero.

O Departamento Meteorológico do Paquistão disse que o epicentro do terremoto foi na província de Paktika, no Afeganistão, cerca de 50 quilômetros a sudoeste da cidade de Khost. Edifícios também foram danificados na província de Khost.

O Serviço Geológico dos EUA, que registrou a magnitude um pouco menor em 5,9, colocou a profundidade em apenas 10 quilômetros - outro fator que pode aumentar os danos.

O governo do Afeganistão já fala em risco de desastre humanitário.

"Pedimos às agências de ajuda que proporcionem assistência imediata às vítimas do terremoto para evitar um desastre humanitário", afirmou o vice-porta-voz do governo, Bilal Karimi.

Ele indicou que várias casas foram destruídas e muitas pessoas estão presas nos destroços.

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Imagens da mídia afegã mostraram casas reduzidas a escombros e corpos cobertos por cobertores no chão.

A maioria das mortes confirmadas ocorreu na província afegã oriental de Paktika, onde 255 pessoas foram mortas e mais de 200 ficaram feridas, disse Salahuddin Ayubi, funcionário do Ministério do Interior.

Na província de Khost, 25 pessoas morreram e 90 foram levadas ao hospital.

"O número de mortos provavelmente aumentará, pois algumas das aldeias estão em áreas remotas nas montanhas e levará algum tempo para coletar detalhes", disse o representante do Ministério do Interior.

O terremoto foi sentido em várias províncias da região, e também na capital, Cabul, localizada cerca de 200 km ao norte do epicentro do terremoto.

Também foi observado no vizinho Paquistão, mas até agora não foram relatados danos ou vítimas.

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O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, disse estar "profundamente entristecido" com esta tragédia e garantiu que as autoridades do país estão trabalhando para fornecer apoio aos seus vizinhos afegãos.

"A União Europeia está acompanhando a situação (...) e está pronta para coordenar e fornecer ajuda de emergência", tuitou seu enviado especial ao Afeganistão, Tomas Niklasson.

A ONU indicou que estava estudando as necessidades de ajuda. O Afeganistão é propenso a terremotos, especialmente na área conhecida como Hindu Kush, de grande atividade sísmica e ponto habitual de tremores na região.

Em meados de janeiro passado um terremoto de 5,3 graus provocou tremores no noroeste do Afeganistão, matando pelo menos 26 pessoas, mostram dados da ONU, e destruindo 800 casas, principalmente casas frágeis, em diferentes distritos da província de Badghis.

Também em outubro de 2015 um terremoto de 7,7 graus com epicentro no extremo nordeste do país deixou mais de uma centena de mortos no Afeganistão e quase 300 mortos no vizinho Paquistão, onde também foram registrados mais de 2.000 feridos.

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