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Leite materno aumenta a imunidade da criança

Uma pediatra detalhou que o leite materno aumenta as defesas do organismo do bebê, reduzindo bastante o potencial de ele desenvolver quadros infeciosos e alérgicos graves

Marinheira de segunda viagem, a dona de casa Marcilene Lemos dos Santos, 25 anos, sabe que o leite materno é importante para a saúde do bebê Foto: Divulgação/Sesa

Seguindo uma tendência mundial, estimulada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Brasil deu ao aleitamento materno um status de política pública. Isso foi na década de 1980 e, desde então, todo ano ocorre no país uma grande campanha de incentivo à amamentação, seguindo o calendário da Semana Mundial de Aleitamento Materno, comemorada de 1º a 7 de agosto.

Marinheira de segunda viagem, a dona de casa Marcilene Lemos dos Santos, 25 anos, não tem na ponta da língua todos os benefícios do leite materno, mas ela sabe o essencial: o leite é muito importante para a saúde do bebê e deve ser o alimento exclusivo da criança até os seis meses de idade. Ela, que acabou de ter sua segunda filha, reconhece que o leite industrializado não é o ideal e deve ser dado em último caso. “Não há nada como o leite da mãe. Outros leites podem fazer mal para o bebê”, afirma.

A pediatra neonatologista Milena Santos Aguiar, do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, explica que, na verdade, leites industrializados podem ser necessários em alguns casos, mas eles nunca suprem as necessidades do bebê de forma completa como o leite da mãe. Ela ressalta a importância do colostro, o leite que a mulher produz nos primeiros dias após o parto. 

“O colostro é muito rico em imunidade para a criança, por isso é essencial que desde a primeira hora de vida, ainda na sala de parto, o bebê vá para o peito da mãe”, enfatiza a especialista, que tem como rotina no hospital esclarecer dúvidas e orientar as mamães sobre o aleitamento.

A pediatra detalha que o leite materno aumenta as defesas do organismo do bebê, reduzindo bastante o potencial de ele desenvolver quadros infeciosos e alérgicos graves, além de conter fatores que atuam no crescimento do intestino dele.

“Um intestino bem desenvolvido absorve melhor os alimentos e fica mais protegido contra intolerâncias alimentares”, comenta a médica, enfatizando que o leite materno também protege o intestino do bebê contra o ataque de bactérias que são comuns no trato intestinal, mas que podem, em determinadas situações, causar diarreia.

Rico em ferro

Na lista de benefícios do aleitamento, a pediatra destaca ainda a suplementação de ferro, nutriente que reduz a chance do surgimento da anemia. A doença preocupa bastante as mães dos pequenos, e também pudera. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a anemia ferropriva (causada pela carência de ferro) ocorre entre 40% e 50% das crianças menores de 5 anos. 

A nutricionista Bruna Ferrari Tresmann argumenta que a forma química como o ferro e o cálcio se apresentam no leite materno permitem uma ótima absorção do ferro pelo organismo do bebê, favorecendo a saúde da criança. Já nas fórmulas dos leites industrializados, esses dois nutrientes disputam para ver quem será mais bem absorvido e, nesses casos, o ferro fica em desvantagem. 

“Além de ser mais rico em ferro do que o leite de vaca, o leite materno permite que o organismo da criança absorva melhor o nutriente, um dos motivos pelos quais ele continua sendo importante para a criança após os seis meses e pelo menos até o segundo ano de vida”, explica a nutricionista. 

E para as mulheres que ainda tem dúvidas sobre a qualidade do seu leite, a pediatra Milena Santos Aguiar afirma que não há motivo para preocupação. Segundo a médica, uma pessoa muito desnutrida é provável que não tenha um leite forte, mas mesmo mães que não têm uma alimentação tão balanceada possuem um leite rico.

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