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Obama: evidências indicam que rebeldes derrubaram avião

Um míssil terra-ar, disparado de uma área controlada pelos separatistas apoiados pela Rússia, que teria atingido o avião. O presidente pediu um imediato cessar-fogo

Redação Folha Vitória
O incidente matou 298 pessoas Foto: Reprodução

Washington - O presidente Barack Obama declarou nesta sexta-feira (18) que as evidências indicam, até agora, que o avião da Malaysia Airlines foi derrubado por um míssil terra-ar disparado de uma área controlada pelos separatistas apoiados pela Rússia. Ele lembrou que não foi a primeira vez que os separatistas derrubaram aviões na região, acrescentando que "o fluxo constante de apoio da Rússia" incluiu armamentos pesados e armas antiaéreas. Obama pediu um imediato cessar-fogo na região para que uma ampla investigação seja realizada.

"Esta é uma tragédia global", afirmou o presidente. "O avião de uma empresa asiática é destruído em céus da Europa levando cidadãos de muitos países, então tem de haver uma investigação internacional confiável sobre o que aconteceu."

Ele afirmou que embora nem todos os fatos sobre a queda do avião sejam conhecidos, a tragédia é resultado da contínua violência na região, que é alimentada por Moscou. O incidente matou 298 pessoas, dentre elas Quinn Lucas Schansman, homem que tinha cidadania holandesa e norte-americana.

Obama tentou elevar a pressão sobre o presidente russo Vladimir Putin para encerrar o levante separatista no leste ucraniano e persuadir os aliados europeus a adotarem ações mais assertivas contra a Rússia. "As apostas estão altas para a Europa", afirmou ele, acrescentando que a queda do avião deve ser um "alerta para a Europa e para o mundo". Putin, afirmou Obama, controla os separatistas russos no leste ucraniano e pode forçá-los a se retirar.

O presidente norte-americano deu a entender que a Rússia teve um papel importante no fornecimento de equipamentos e conhecimento necessários para que os separatistas pudessem derrubar aviões. "Não é possível para estes separatistas agirem da forma que estão agindo...sem equipamentos sofisticados e treinamento sofisticado, e isso vem da Rússia", disse ele.

No início desta semana, o governo Obama anunciou novas sanções contra a Rússia por causa de sua suposta interferência na Ucrânia, embora Moscou continue a negar qualquer atuação na região.

Funcionários do FBI e da Agência Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, na sigla em inglês) estão a caminho da Ucrânia para ajudar a determinar o que aconteceu, disse Obama.

Horas antes das declarações de Obama, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power, declarou durante discurso extraordinário nesta sexta-feira que seu país não pode descartar a possibilidade de que russos prestaram assistência a separatistas no disparo do míssil que atingiu o avião da Malaysia Airlines, com 298 pessoas a bordo. "A Rússia pode encerrar esta guerra", disse Power. "A Rússia deve encerrar esta guerra."

A NTSB informou que estava enviando um único investigador para a Ucrânia como parte da delegação norte-americana que vai auxiliar nas investigações. Outras agências, dentre elas o FBI e a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), também devem enviar representantes.

A Casa Branca tem tomado a dianteira na formação de uma delegação, segundo um funcionário do governo com familiaridade no assunto. Um centro de comando foi estabelecido no Departamento de Estado, onde autoridades de agências que participam da delegação se reuniram na manhã desta sexta-feira para receber instruções da CIA sobre a situação política e militar na Ucrânia, disse a fonte.

Um segundo funcionário do governo disse que todas as evidências disponíveis, que incluem imagens de satélite, indicam que o avião foi derrubado por um míssil antiaéreo SA-11, disparado do leste da Ucrânia por forças separatistas ucranianas.

Os Estados Unidos detectaram três eventos distintos associados à derrubada, informou a fonte: o lançamento do míssil do lado ucraniano da fronteira, o impacto do míssil com o avião e a queda da aeronave no chão.

As duas fontes falaram em condição de anonimato porque não têm autorização para discutir publicamente assuntos de inteligência. Fonte: Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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