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Greve da PM: policiais presos há 117 dias são soltos por determinação da justiça

Com camisas de super-heróis, os militares foram liberados por volta de 20h20 da última terça-feira (25)

Cinco policiais presos após a greve da Polícia Militar (PM) em fevereiro deste ano foram soltos na noite de terça-feira (25) por determinação da Justiça Militar. Os PMs deixaram o Quartel de Maruípe com camisas de super-heróis, por volta de 20h20.

A justiça determinou a soltura após os policiais militares ficarem presos por 117 dias por suspeita de terem organizado a greve da PM, ocorrida em fevereiro deste ano no Espírito Santo. Segundo os autos, o motivo da prisão foi pela sequência de movimento ilegal que paralisou totalmente por mais de 20 dias a prestação do serviço de segurança pública.

Na manhã desta quarta-feira (26), o tenente-coronel Rogério Fernandes Lima, presidente da Associação dos Oficiais Militares do Espirito Santo disse que "houve a concessão da liberdade provisória pelo magistrado da auditoria da justiça militar e eles foram postos em liberdade". 

Os policiais Fernando Januário Cristo, Heryson de Andrade Ladislau Silva, Marcos José Seidel Mathias, Caio Gumiero de Oliveira e Marcos Israel Ferreira da Silva, tiveram a prisão preventiva decretada em 23 março de 2017, no Quartel de Maruípe.

Sobre a greve

Durante a greve da PM no Estado, familiares e amigos dos policiais ocuparam os acessos do quartel, batalhões e unidades da Polícia Militar por 21 dias, o que gerou uma onda de violência em todo o Espírito Santo. Ao todo, 200 assassinatos foram registrados.

MP denuncia 22 pessoas por participação

Vinte duas pessoas, dentre elas policiais militares e familiares, foram denunciadas pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) em junho de 2017 por participarem do movimento de paralisação dos policiais.

Veja a lista com os nomes!

Aos denunciados foram atribuídos os crimes de formação de organização criminosa, atentado à segurança e ao funcionamento de serviços de utilidade pública, incitação pública à prática de crime, promoção de fuga de pessoa legalmente presa e desacato a funcionário público no exercício da função.

Segundo o MPES, a greve e a manutenção do ilegal movimento grevista só foi possível em razão da atuação coordenada dos policiais militares, (planejamento, incitação e segurança das manifestantes), representantes de algumas associações classistas (apoio jurídico e material, além da incitação à adesão ao movimento) e familiares de policiais (atuação articulada para promover e manter o bloqueio das unidades, sendo constituída, inclusive, uma comissão com representantes dos batalhões da Grande Vitória, que funcionava como um órgão gestor).

Realizadas com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar, as investigações utilizaram materiais publicados nas redes sociais, interceptações das comunicações telefônicas, dados extraídos dos celulares apreendidos, redes de relacionamentos e contatos, fotografias e filmagens dos protestos e manifestações realizados, além de documentos apreendidos nos endereços residenciais dos investigados.

Na primeira fase da operação "Protocolo Fantasma", realizada em março, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, 23 mandados de busca e apreensão e expedidas 17 notificações para depoimento. Na época, foram presos preventivamente um policial militar, um ex-policial e duas mulheres e, depois, um policial militar e a esposa de um ex-policial foram presos temporariamente.

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