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Na luta contra o câncer, capixaba quer lançar livro para ajudar instituições carentes

Após descobrir que estava com um câncer de mama, Sheila passou a viver a vida de uma maneira ainda mais intensa e quer ser exemplo para aqueles que passam pela mesma situação

A vida é uma verdadeira caixinha de surpresas. Por mais que alguém viva com intensidade e alegria, sempre haverá momentos em que as barreiras e os desafios tentarão atrapalhar a rotina de felicidade. Mesmo assim, existem pessoas que buscam manter a autoestima elevada perante as dificuldades.

A publicitária Sheila Silva Rodrigues, 54 anos, é um exemplo de como encarar as dificuldades e continuar de bem com a vida. Há poucos meses, ela descobriu que tem um câncer de mama, mas deseja ser exemplo para aquelas pessoas que passam pela mesma situação.

Sheila sempre foi uma pessoa muito alegre e cercada de amigos. Desempenhou diversas funções no Grupo Buaiz entre os anos de 1983 e 1994. Depois disso, resolveu passear em Nova York, nos Estados Unidos, e por lá ficou por cerca de 15 anos. "Quando fui para outro país, fizeram três festas de despedida para mim. Quando voltei, outras três festas foram realizadas", comemora.

O primeiro sinal da enfermidade foi percebido pela Sheila em 2014, quando ela notou uma pequena gordura no seio esquerdo. Mesmo com a suspeita do que poderia ser, ela realizou uma viagem para o exterior e não chegou a levar a ultrassonografia para a ginecologista. "Entrei na zona de conforto e ali fiquei", contou.

Nos anos seguintes, 2015 e 2016, Sheila não realizou o exame de mamografia. No início de 2017, ela começou a perceber algo muito diferente e a incerteza levou a tomar medicamentos contra a ansiedade e para dormir. No dia 23 de março, todos os exames foram concluídos e a confirmação que do câncer de mama. "Nesse momento eu parei com todos os remédios, pois já tinha um caminho a seguir", disse.

O que poderia ser um momento de desespero, tornou-se uma oportunidade de viver mais intensamente. Apesar do choro acontecer de forma inevitável, Sheila não se deixou abater pela tristeza. A primeira atitude foi reunir as amigas, preparar uma confraternização e dar a notícia a todas.

Depois disso, Sheila passou a fazer terapia em grupo, por meio de conversas com outras pessoas que passam pela mesma situação. "Eu cai de amor pelas outras pessoas e elas por mim. Foi lindo!", relata.

Outra atitude tomada pela Sheila foi em relação ao cabelo. No início deste mês, ela preparou um verdadeiro evento e reuniu diversos amigos em uma praia para realizar o corte. "Se você tem amigos, eles precisam estar com você todas as horas. Já que o cabelo vai cair, que isso seja um evento. Por isso me adiantei", diz.

Antes do corte, Sheila disse que ficou com medo de não se reconhecer ao se olhar no espelho, mas depois de cortar o cabelo, ela disse que se sentiu ainda mais amada. "Eu me amei. Fiquei ainda mais bonita e poderosa", disse.

Outra das primeiras atitudes após o corte foi atualizar a foto do perfil no Facebook. "Gosto de manter as coisas no presente e sempre atuais", disse ela, que ainda não chegou a usar algum lenço, somente um chapéu, por enquanto.

A primeira sessão de quimioterapia do tratamento da Sheila foi realizada na última quinta-feira (6). De acordo com ela, antes de receber a medicação, houve uma preparação para evitar possíveis efeitos colaterais. Apesar dos cuidados, Sheila só sentiu um pouco de enjoo no final da noite.

Ainda serão realizadas algumas sessões durante o tratamento. Sheila conta que já fez amizades com as enfermeiras e ouviu delas que esse jeito animado é muito importante para a recuperação. "Uma amiga esteve na minha casa e conversamos muito. Naquele momento, eu nem me lembrei que existia quimioterapia", relata.

Sheila ainda quer preparar um chá de lenços, onde cada uma de suas amigas devem levar um adereço desses para ela. "Mas tem que ser de boa qualidade", diz ela. "Quero doar para outras pessoas assim que eu não precisar mais", completa. Além disso, ela ainda afirma que vai adquirir a mesma quantidade de lenços que ganhar e doar para instituições de tratamento contra o câncer de mama.

A publicitária também pretende escrever um livro contando toda a sua trajetória. O que for arrecadado com a venda dos exemplares, também será doado para as instituições mais necessitadas.
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