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Desabamento do Grand Parc completa 2 anos e moradores devem voltar para casa só em 2019

De acordo com a Cyrela, incorporadora responsável pelo empreendimento, a entrega da obra está prevista para julho de 2019

Thaiz Blunck

Redação Folha Vitória
O desabamento no Grand Parc aconteceu por volta das 4h do dia 19 de julho de 2016.

O desabamento da área de lazer do Grand Parc Residencial completa dois anos nesta quinta-feira (19) e os moradores continuam na expectativa de voltar para casa. As obras no local já tiveram início, mas eles ainda terão que aguardar cerca de 12 meses para voltar a morar no condomínio, que fica na Enseada do Suá, em Vitória.

Segundo a jornalista Patrícia Mosé, que morava no residencial com o marido e a enteada, uma comissão de moradores tem acompanhado a obra semanalmente e, até o momento, a incorporadora responsável está obedecendo o cronograma e cumprindo todos os prazos. A maior parte dos moradores estão em hotéis, com o aluguel pago rigorosamente em dia pelas empresas responsáveis pelo empreendimento. Outra parte dos condôminos estão em casa de parentes.

"O prazo está sendo cumprido. Nós temos a nossa comissão de moradores que acompanha a obra e passa tudo para os outros moradores. Até agora, está tudo dentro da normalidade, graças a Deus, e não vemos a hora de voltar para o nosso lar", destacou.

Andamento das obras na manhã desta quinta-feira (19). | Foto: Thaiz Blunck

Para as famílias dos mais de 160 apartamentos que precisaram ser desocupados, a maior preocupação é a data de término das obras. Já para outras, os danos do desabamento são irreparáveis e não há nada que pague a dor da perda.

"Quando é uma perda de bem material, você recupera, né?! Mas aí quando é uma morte, você perde uma vida e nada preenche isso. Meu irmão trabalhava lá há um tempo, foi comprovado que estava irregular, então já estava correndo risco", desabafou Jurandi das Neves, que perdeu um familiar na tragédia.

Dejair das Neves era porteiro e estava trabalhando no momento do desabamento. Ele chegou a ficar desaparecido nos escombros por cerca de 15 horas, mas logo depois o corpo foi encontrado no meio dos escombros. 

Imagens feitas com drone mostram dimensão dos estragos em prédio de luxo de Vitória

Por meio de nota, a Cyrela informou que foram firmados acordos individuais com os moradores para que fosse realizado o pagamento de valores a título indenizatório. Ainda de acordo com a incorporadora, a entrega da obra está prevista para julho de 2019 e o andamento de todo o processo de revitalização acontece dentro do cronograma operacional, sendo acompanhado pelo Comitê Gestor que representa os moradores. 

A Incorporadora afirmou ainda que, atualmente, 96% das famílias moradoras já aderiram ao acordo e que tem dado continuidade e praza pelo cumprimento do acordo para preservar os compromissos assumidos e minimizar quaisquer impactos a tais pessoas e suas famílias.

A Polícia Civil informou, por meio de nota, que o inquérito que apura as causas do desabamento foi concluído e encaminhado à Justiça. O Ministério Público, no entanto, requisitou outras diligências. A Polícia Civil segue com a investigação e vai se manifestar novamente após concluir as solicitações do MPES. 

Desabamento
O desabamento aconteceu durante a madrugada do dia 19 de julho de 2016, por volta das 4 horas. Além do porteiro, pelo menos quatro pessoas ficaram feridas, entre elas, o síndico e funcionários do prédio. Foram três lajes que caíram, sendo a área de lazer, a área da garagem e a área do subsolo.

Segundo a Cyrela, foram firmados acordos individuais com os condôminos, com o objetivo de realizar o pagamento de valores a título indenizatório, bem como reconstruir a área externa de lazer danificada e reforçar as estruturas para entregar o condomínio em plenas condições de habitabilidade.

>> Veja as fotos do local após o desabamento!

Pelo menos 50 carros totalmente destruídos. Na ocasião, o coordenador da Defesa Civil de Vitória informou que toda a área de lazer do prédio havia sido comprometida. Segundo ele, foram mais de três lajes que desabaram juntos com a piscina. 

Um acordo feito entre os moradores do condomínio e a incorporadora Cyrela definiu que a empresa teria que alugar casas ou apartamentos mobiliados para as famílias, além de disponibilizar novos automóveis para substituir os que ficaram destruídos. 

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