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“Ele morreu fazendo o que ele gostava”, disse mulher de uma das vítimas de acidente em navio

Os corpos das três vítimas que morreram foram liberados do DML

A mulher de Clóvis estava no DML aguardando a liberação do corpo / Foto: Reprodução TV Vitória

Enquanto aguardava a liberação do corpo do marido morto em um acidente em um navio atracado no Portocel, em Aracruz, a mulher de Clóvis Lira da Silva, de 52 anos, disse que não esperava tanto carinho dos colegas de trabalho dele. Segundo Edileuza Marisa da Conceição, o marido morreu fazendo o que mais gostava, que era trabalhar no porto.

“Ele sempre falou dos perigos que tem trabalhar no porto, mas era um serviço que ele gostava muito. Ele morreu fazendo o que ele gostava de fazer. Ele deixou três filhos, de 30, 26 e 22 anos. Os meninos estão abalados, pois não esperavam isso. Eles nunca sofreram a perda de ninguém e agora perderam o pai assim”, disse.

De acordo com Edileuza, o marido trabalha há quase 30 anos no porto e todos estão muito abalados com o que aconteceu. “O pessoal está todo mundo chocado. Ninguém acredita que aconteceu uma coisa dessa, porque nunca ninguém ouviu falar disso, de um porão estar com gás. Os peritos não falaram nada. Quem falou que ele inalou foi o médico no hospital, mas precisa de um exame mais detalhado. Como ele foi o primeiro que caiu, inalou mais gás que os outros e teve a queda da escada, por isso o exame dele é mais minucioso. A menina da polícia disse que uns 30 dias ainda para sair o laudo. Tem que esperar agora”.

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Clóvis e mais dois colegas de trabalho, Adenilson Carvalho, de 47 anos, e Luiz Carlos Milagres, de 64 anos, morreram no acidente que aconteceu na última terça-feira (24). Eles teriam inalado gás tóxico no navio em que trabalhavam. As três vítimas foram levadas para o Hospital São Camilo, mas não resistiram.

Os corpos de Adenilson e Luiz Carlos foram liberados do Departamento Médico Legal (DML) na manhã desta quarta-feira (25), já o de Clóvis foi liberado apenas no início da tarde. No laudo da morte de Clóvis a causa da morte está como indeterminada, aguardando exame.

“Ele [Clóvis] era uma pessoa muito boa. As outras vítimas eram colegas dele e tinham convivência direto. Segundo o que colegas contaram, quando viram que ele caiu, eles desceram imediatamente para ajudar e acabaram morrendo também. O rapaz que está no hospital, segundo falaram, ele estava no guincho e alguém gritou que o Clóvis caiu. Ele foi correndo e quando desceu ele caiu também, pois não aguentou. Aí tiraram ele e esse graças a Deus tiraram bem e está vivo. Eu não esperava que o carinho dos colegas era tanto, pois ele era uma pessoa boa, mas muito fechada. Ele não era muito festivo”, contou Edileuza.

A vítima que ela disse que sobreviveu é Vitor Olmo, de 33 anos. Ele foi levado ao pronto atendimento dentro da empresa Fibria, e depois foi transferido para um hospital particular em Vitória. Durante a madrugada, amigos de Vitor postaram atualizações do estado de saúde. Eles disseram que ele já recebeu alta hospitalar e que estava a caminho de casa.