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Especialista ensina a identificar sinais de que prédio pode desabar

Ficar atento a alguns detalhes como rachaduras e estalos contínuos é fundamental para prevenir acidentes

Um dos sinais são as rachaduras ou fissuras nas paredes e tetos. Foto: Divulgação

O desabamento da área de lazer do Residencial Grand Parc, na Enseada do Suá, em Vitória, completou dois anos nesta quinta-feira (18) e ainda é visto como um alerta, principalmente para quem mora ou trabalha em condomínios.

Não há como prever que uma estrutura está prestes a desabar, mas ficar atento a alguns detalhes como rachaduras e estalos contínuos é fundamental para prevenir acidentes. Segundo o engenheiro especialista em perícias, Lucio Bastos, a recomendação é que seja realizada uma inspeção predial já no primeiro ano de vida do prédio.

"O laudo de inspeção predial pode ser feito já no primeiro ano e, a partir disso, é feito um plano de prevenção. Esse laudo é feito por um especialista que vai enxergar coisas que os moradores e síndicos não conseguem enxergar. Eu terminei um agora, por exemplo, que não tinha nem dois anos. Mas devido aos problemas que as pessoas observaram, foi necessário fazer para entender o que estava acontecendo", explica. 

Segundo ele, as edificações costumam dar os primeiros sinais de que algo está errado, por isso é sempre importante observar todos os detalhes e contratar um profissional, caso seja identificado qualquer problema.

"No caso do Grand Parc, com certeza tiveram os primeiros sinais. Geralmente,  uma laje como aquela não cai sem antes apresentar anormalidades. O que acontece é que nem sempre os moradores conseguem detectar isso. Se a pessoa vê fissuras no piso das garagens, no teto ou pilares, isso já é um primeiro sinal de que algo ruim pode acontecer. As infiltrações também sinalizam um problema porque a água pode chegar até o ferro, assim ele enferruja, enfraquece e compromete a estrutura", destacou o engenheiro.

Vizinhança
Lucio esclarece ainda que, ao iniciar uma obra, deve ser elaborado um “laudo pericial de vistoria prévia” na vizinhança. “Este trabalho possui como objetivo o levantamento das anomalias pré-existentes no imóvel vizinho ao terreno, de modo a preservar o estado da edificação antes da execução da obra vizinha’, orienta.

Esse tipo de vistoria é uma obrigação das construtoras e possibilita, durante a execução da obra, apurar os responsáveis pelos eventuais problemas que podem ocorrer no prédio vizinho. "Se a construtora não realizar esse tipo de vistoria, e muitas costumam fazer, o proprietário do imóvel vizinho, ou o condomínio, pode contratar um profissional especializado em pericia de engenharia para realizar o trabalho e se resguardar”, conclui. 

Lei
Logo após o desabamento do Grand Parc, foi criada a lei nº 8.992, que dispõe sobre o termo de entrega de obra, laudo de inspeção predial e do plano de manutenção preventiva e periódica das edificações e equipamentos no município de Vitória. No entanto, apesar de ter sido promulgada, a lei ainda não entrou em vigor. 

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