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Mortalidade infantil volta a crescer no Brasil depois de 26 anos

A denúncia é da Sociedade Brasileira de Pediatria. Pela primeira vez desde 1990, o índice subiu para 14 óbitos por mil nascimentos

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) denuncia o aumento no índice de mortalidade infantil no país depois de 26 anos com registros consecutivos de queda. Em nota pública divulgada esta semana, a SBP pede mais empenho das autoridades sanitárias no enfrentamento das reais causas do aumento da taxa de mortalidade infantil do Brasil. 

Pela primeira vez desde 1990 o indicador voltou a subir, atingindo 14 óbitos infantis a cada mil nascimentos, o que representa um aumento de quase 5% sobre o ano anterior, retomando índices similares aos dos anos 2013 e 2014.

“A confirmação desse número aponta o encerramento um ciclo positivo de quase três décadas. A SBP tem se manifestado firmemente junto ao Ministério da Saúde e outros órgãos do Governo cobrando providências para melhorar a qualidade da assistência para crianças e adolescentes”, destacou a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva.

Na avaliação da SBP, a epidemia de zika vírus e os efeitos da crise econômica no País sobre a população, apesar de pertinentes, não podem ser considerados como os únicos responsáveis pela alta desse indicador. “Não se pode ignorar fatores como a baixa cobertura vacinal e o risco de ocorrências de doenças infectocontagiosas (sarampo, meningite, tuberculose, sífilis congênita, dentre outros)”, diz a nota da Sociedade.

As contribuições dos pediatras brasileiros para este e outros debates relacionados à saúde das crianças e adolescentes estão sendo reunidas em um documento que será entregue às autoridades federais e aos candidatos às Eleições Gerais de 2018, nos próximos dias. As propostas incluem ampliação da oferta de leitos, a melhoria da infraestrutura de trabalho e a valorização do papel do especialista no atendimento.

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