Professor suspeito de ter jogado mulher de sacada é transferido para presídio
O professor de Biologia Luís Felipe Manvailer, de 32 anos, suspeito de jogar a mulher, Tatiane Spitzner, de 29 anos, da sacada do quarto andar do prédio onde moravam, em Guarapuava, no interior do Paraná, foi transferido na tarde desta terça-feira, 24, para o Presídio Industrial de Guarapuava a pedido do delegado Bruno Miranda Maciozek, que coordena as investigações.
Manvailer estava detido na Delegacia de São Miguel do Iguaçu, local onde se acidentou e foi detido, e seria levado para o Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, na quinta-feira, sob alegação da defesa de que o CMP tem ala especial para pessoas com curso superior e de que o clima na cidade era de "conflagração" após o crime.
O pedido do delegado Maciozek foi deferido pela juíza Paola Gonçalves Mancini, que entendeu que seria necessária a presença de Manvailer na cidade durante investigações, que devem durar até o fim do mês. A defesa de Manvailer informou que o acusado deverá ir para o CMP ainda nesta semana.
Manvailer foi preso na madrugada deste domingo, 22, sob a suspeita de ter jogado Tatiane Spitzner, de 29 anos, da sacada do seu apartamento, em Guarapuava, a 258 quilômetros de Curitiba. A prisão aconteceu após ele se envolver em um acidente com o seu carro na Rodovia BR-277, no sentido de Foz de Iguaçu. A polícia acredita que, após jogar a vítima, Manvailer recolheu o corpo da jovem na calçada e o levou para dentro do imóvel.
"Após dirigir a noite toda de Guarapuava até aqui perdeu o controle do carro parando entre as duas pistas que ligam São Miguel até Foz do Iguaçu. Se fosse uma situação normal ele chamaria o guincho da concessionária e sairia daquela situação, mas, no caso, ele continuou a pé no sentido de Foz do Iguaçu", disse o delegado de São Miguel do Iguaçu, Francisco Sampaio.
Segundo a polícia, o suspeito tentava fugir para o Paraguai. "Chama atenção que após o tombo ou empurrar, ele foi lá e recolheu o cadáver, trouxe para o prédio, pegou o carro da família e tentou fugir, penso eu que para o Paraguai. Ele nega o tempo todo (ter jogado), a polícia trabalha com indícios, tanto é que não acreditei na versão dele e enquadrei a atitude dele como feminicídio", disse o delegado.
A discussão entre os dois teria ocorrido na noite de sábado, na comemoração do aniversário de Manvailer, quando a vítima teria pedido para olhar o telefone do namorado. "A partir dali começaram as discussões, seguiram dali para casa discutindo ainda e, em casa, de acordo com ele, a discussão aumentou o tom, ela veio para cima dele, que a imobilizou no sofá, e, de acordo com ele, ela tomou o rumo da sacada e teria se atirado de repente", relatou Sampaio.
O delegado, porém, não acredita nessa versão. "Essa versão não me parece nem um pouco verossímil, até porque alguns vizinhos foram ouvidos já, no sentido que ela gritava por socorro por várias vezes, inclusive quando foi até a sacada", concluiu.