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'Eles ainda esperam que o pai vai voltar', diz esposa de capixaba desaparecido em Brumadinho sobre filhos

A esposa de Uberlândio, Rosimar Rodrigues, contou que a família vive, agora, a base de tratamentos

Foto: Reprodução

Passados cinco meses da tragédia em Brumadinho, Minas Gerais, a família de Uberlândio Antônio da Silva, de 54 anos, continua sem notícias. Ele é um dos 24 que ainda permanecem na lista dos desaparecidos após o rompimento da barragem do Córrego do Feijão.

Se para a população é difícil esquecer a tragédia, quem tem um familiar possivelmente debaixo da lama assassina passa por momentos de angústia. A esposa de Uberlândio, Rosimar Rodrigues, contou que a família vive, agora, a base de tratamentos.

Uberlândio atuava em uma empresa terceirizada que presta serviços para a Vale. Desde o rompimento da barragem, o capixaba não fez mais contato com a família. A última vez que a mulher falou com a marido,foi na manhã do dia 25 de janeiro, data em que tudo aconteceu.

A esposa chegou a encaminhar uma mensagem para o celular do marido. Ela enviou um áudio e alguns corações, mas a resposta não chegou até agora. “Ele estava entrando para o refeitório e disse que a ligação cairia, pois tinha muita montanha por lá”, contou a esposa.

Sem corpo e sem respostas, a mulher de Uberlândio conta que a esperança dos filhos é uma só. “Eles têm na cabeça que o pai foi para trabalhar e uma hora vai voltar”, disse.

De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, até o momento já foram identificadas 246 vítimas e outras 24 pessoas continuam desaparecidas. Entre elas o capixaba Uberlândio. A Vale anunciou, no último dia 26 de junho, que destinará R$ 1,8 bilhão para obras na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, até 2023.

A Vale mantém na internet um página com atualizações dos trabalhos em Brumadinho e também informando as pessoas que ainda estão desaparecidas. O nome do capixaba esta lista. Ele não foi encontrado. Uberlândio se dividia entre Brumadinho, em Minas, e Serra, no Espírito Santo. Sempre que tinha oportunidade, estava com a família

Diante dos rastros de destruição da avalanche, que levou tudo e quase todos. A família não sabe o que esperar. “Eu sinto falta do meu marido em tudo. A gente vai ficar aqui esperando. Quero encontrar meu marido, nem que seja um dedo”, afirma a esposa.

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