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Mães de crianças portadoras de deficiências lutam por acessibilidade em praças e parques de Guarapari

"Acessibilidade e inclusão significam que todos terão direito a usufruir dos serviços prestados com qualidade, que todos poderão explorar o ambiente sem nenhuma barreira e restrição" disse uma das mães

Aline Couto

Redação Folha da Cidade
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

No dia 02 de julho, o prefeito de Guarapari, Edson Magalhães inaugurou uma creche no bairro Santa Margarida, o Pró-Infância CEMEI Acidolino Borges, com espaço para 300 crianças. O local conta com seis salas de creche, quatro de pré-escola, sala multiuso, pátio coberto, refeitório, banheiros adultos e infantis, cozinha, fraldário, vestiários, almoxarifado, lactário e playground.

Após a inauguração, mães do grupo Colorindo Sonhos, formado por 148 mães de crianças especiais que buscam a socialização e a melhora na qualidade de vida dos filhos, se mostraram indignadas com a falta de acessibilidade no playground da creche. “Temos uma Lei de 2017, da Câmara Municipal de Guarapari, que garante as adaptações necessárias nos parques e praças do município para oferecer brinquedos acessíveis as crianças especiais”, relatou uma das mães do grupo, Nádia Doná da Costa.

Nádia, mãe de Gabriel de 11 anos que é cadeirante, falou que a luta do grupo é antiga e que mesmo com a Lei aprovada, as adaptações não estão acontecendo. “Há alguns meses foi reformado um parquinho na orla da Praia do Morro também sem as devidas adaptações de acessibilidade. Nossos filhos estão sem direito de brincar, ficando sem o convívio social que estimula o desenvolvimento das crianças. Acessibilidade e inclusão significam que todos terão direito a usufruir dos serviços prestados com qualidade, que todos poderão explorar o ambiente sem nenhuma barreira e restrição. É muito mais que uma rampa de acesso”.

“O olhar inclusivo não está acontecendo no nosso município”, reforçou outra mãe do Colorindo Sonhos, Shirley do Nascimento. Ela contou que o filho Matheus de 9 anos, também cadeirante, fica olhando as outras crianças se divertirem porque os brinquedos não tem a segurança necessária para ele. “Matheus não consegue interagir com as outras crianças. Assim, eles não aprendem a conviver com as diferenças que ajudam tanto na formação de adultos melhores. Precisamos de mais amor com o próximo, nos colocar no lugar do outro”.

Diante dos relatos, o Prefeitura de Guarapari foi questionada: Qual o posicionamento do órgão após as reclamações? Porque os parques não são acessíveis mesmo diante de uma Lei exigindo? Como as crianças especiais poderão ser incluídas no convívio social da creche sem as adaptações necessárias? Nas reformas das praças, anunciadas na sexta-feira (03), constam adaptação para acessibilidade nos locais?

Em resposta, a Secretaria Municipal de Análise e Aprovação de Projetos (Semap) informou que tanto na CEMEI Acidolino Borges, no bairro Santa Margarida, como em outras unidades de ensino já inauguradas, a prefeitura fará a adaptação para acessibilidade aos parquinhos.

“Isso não foi realizado anteriormente, na CEMEI inaugurada, pois trata-se de um projeto padrão do Governo Federal, que contempla caixa de areia.

Nas outras creches inauguradas pelo município já consta o piso emborrachado e brinquedos acessíveis serão instalados.

Assim como nas creches, na Praia do Morro os brinquedos estão sendo escolhidos para instalação na área de parquinho.

Os projetos de reforma das praças estão sendo avaliados para possível adaptação dos brinquedos”. 

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