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Testes que avaliarão a reincidência da covid-19 em pacientes no ES devem começar neste mês

Os testes de anticorpos passarão a ser analisados também pelo Laboratório Central do Estado, como já ocorre com os exames de biologia molecular

Foto: Divulgação/Prefeitura de Aracruz

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) vai usar uma nova metodologia para analisar os testes de anticorpos contra a covid-19. Esses testes passarão a ser processados também pelo Laboratório Central do Estado (Lacen-ES), como já ocorre com os exames de biologia molecular, o RT-PCR. A expectativa da Sesa é de que esse teste comece a ser oferecido à população ainda neste mês.

O anúncio foi feito pelo próprio secretário de Saúde, Nésio Fernandes, durante uma entrevista coletiva concedida à imprensa. A nova metodologia será aplicada aos testes recebidos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

"Os critério nós ainda estamos definindo. É um teste sorológico que vai poder permitir, por exemplo, investigar pacientes que foram infectados no início da pandemia, acompanhar a evolução da titulação de anticorpos neles, poder também fazer investigações nos hospitais, em populações específicas. Eu tive uma conversa com os colegas da Fiocruz e até quarta-feira eles me confirmam o calendário de entrega desses kits no Estado do Espírito Santo. Temos uma expectativa de que, a partir da última quinzena do mês de julho, a gente comece a oferecer esse teste para a população do nosso estado", afirmou o secretário.

De acordo com a Sesa, a nova metodologia vai possibilitar uma avaliação sobre a reincidência da covid-19 nos indivíduos. A produção da TV Vitória/Record TV questionou como vai funcionar essa avaliação, mas até o fechamento da reportagem não houve retorno por parte da secretaria. A secretaria também não informou ainda quais serão os critérios para a realização dos testes sorológicos que serão enviados pela Fiocruz.

A produção também perguntou à Fundação Oswaldo Cruz se os testes chegarão ao Espírito Santo até a próxima quarta-feira (15), como informou o secretário de saúde, mas também não houve retorno.

Essa nova metodologia que será adotada pela Sesa já vem sendo usada por um laboratório particular da Grande Vitória. O sangue é coletado da veia do paciente. Em seguida, o plasma é separado das hemácias e as amostras são processadas em máquinas que buscam diferentes anticorpos.

"É muito importante saber se já teve contato, porque nem todo mundo teve a oportunidade ou o acesso para poder fazer o RT-PCR. Muita gente teve e nem apresentou sintoma ou apresentou sintoma, mas de uma forma leve e não procurou nenhuma unidade de saúde, nenhum laboratório para que se fizesse o exame", frisou a farmacêutica bioquímica Fernanda Jeakel.

Segundo o laboratório, o teste deve ser feito a partir de 14 dias após o surgimento dos sintomas, para saber se o paciente já foi infectado, e não para diagnóstico. A metodologia promete ajudar estudiosos a responder perguntas importantes.

"Vai ser um teste bastante importante para se utilizar, principalmente para várias perguntas que nós temos agora. As pessoas que já ficaram doentes querem saber quanto tempo está protegida, se vai se reinfectar. Hoje a gente não pode afirmar isso com certeza. Vai ser muito importante para a gente acompanhar e entender esse tempo de imunidade, quanto tempo fica", destacou a epidemiologista Ethel Maciel.

Até então, a Sesa vinha usando o chamado teste rápido, que indica a presença de anticorpos no sangue da pessoa. O teste foi feito, desde maio, em moradores de diversos municípios, para mapear a covid-19 no Espírito Santo. A escolha dos participantes do inquérito sorológico é feita de forma aleatória.

"É importante que a gente possa ampliar esse teste e os outros testes também, os testes sorológicos, que também podem nos indicar por onde a doença está andando, como ela está caminhando, quem já foi infectado, qual o número de pessoas que nós temos. E o próximo inquérito, que está sendo desenhado, pretende acompanhar o que está acontecendo aqui no Espírito Santo", ressaltou Ethel Maciel.

O teste ainda vem sendo adotado por algumas empresas, como a do administrador Felipe Evangelista do Nascimento, de 36 anos. No escritório onde ele trabalha, todos os funcionários devem usar máscara. No entanto, essa é apenas uma das medidas de proteção adotadas para combater a disseminação do novo coronavírus entre os colegas, como explica o administrador.

"É obrigatório o uso do álcool em gel e de máscara. Você entra na empresa e já tem que estar com a máscara no rosto, e o álcool em gel eles passam na sua mão quando você entra. É extremamente importante esse espírito de você se preocupar com você e também com o próximo", frisou.

Até pouco tempo atrás, Felipe estava trabalhando de casa, na Praia do Canto, em Vitória, e só retornou para o escritório depois de fazer o teste rápido de anticorpos. Ele descobriu que teve mais que uma sinusite, durante o período de home office.

"Eu tive sintomas relativamente leves, apesar de que a dor de cabeça e a dor no corpo eram muito fortes. Mas, em vista de todos os sintomas que o vírus apresenta, foram relativamente leves", contou o administrador.

Com informações da repórter Fernanda Batista, da TV Vitória/Record TV 



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