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Fuja dos males que o cigarro e a bebida podem causar durante a gravidez!

O obstetra Paulo Batistuta alerta: cigarro causa problemas respiratórios para o bebê, que corre o risco de vir prematuro. Já a bebida pode fazer com que ele nasça com baixo peso

Quando está na barriga, o bebê absorve tudo o que está no sangue da mãe - Foto: Divulgação

Que fumar e consumir bebida alcoólica fazem mal à saúde não é novidade para ninguém. Agora, imagine esses malefícios durante a formação de um bebê? A grávida que possui esses vícios aumenta o risco de aborto, de sangramentos e de complicações, além de atrapalhar a chegada de oxigênio e nutrientes no feto. Por isso, não há outro caminho: durante a gestação, a mulher precisa parar de fumar e consumir bebida alcoólica, e ponto!

“Tão logo a mulher que possua algum desses vícios decida engravidar, ela tem que parar! O cigarro traz problemas respiratórios para o bebê e ele corre risco de vir prematuro. Já a bebida pode fazer com que o bebê nasça com baixo peso”, alerta o ginecologista e obstetra Paulo Batistuta.

Adeus, cigarro!

Os prejuízos que o cigarro causam ao bebê são bastante sérios. Ele causa a contração da artéria umbilical, que liga a criança à mãe, o que diminui o transporte de nutrientes ao feto. E se esses problemas preocupam na gestação, eles continuam após o nascimento. Geralmente, filhos de mães que fumaram na gestação nascem com cerca de meio quilo a menos do que deveriam. Se levarmos em consideração que um bebê nasce com cerca de 3 quilos, nos damos conta de que meio quilo é muita coisa! 

Quando está na barriga, o bebê absorve tudo o que está no sangue da mãe. Se ela fuma, o monóxido de carbono que é liberado pela fumaça do cigarro e está presente em sua corrente sanguínea acaba indo para o feto, isto é o bebê “fuma” junto. 

Se esses argumentos ainda não convenceram de quão prejudicial é o fumo durante a gravidez, aí vai um sério: o cigarro é a principal causa evitável de morte súbita do bebê após o nascimento, ao lado apenas do posicionamento da criança.

Nós já vimos a opinião do ginecologista e obstetra Paulo Batistuta de que é preciso parar e isso significa que não há quantidade segura. Mas, nesse ponto, há um consolo para quem fuma. Especialistas em ajudar pessoas a parar de fumar afirmam que abandonar o vício é mais fácil do que diminuir o consumo. Exemplo: se a mulher que fuma dois maços por dia diminui para dois cigarros por dia, ela vai ficar sofrendo com a vontade de fumar o tempo inteiro. Mas se ela para, passa pela crise de abstinência de uma só vez.

Adeus, bebida!

Você já imaginou um bebê viciado em bebida alcoólica? Isso não é raro de acontecer se a gestante ingerir álcool durante a gravidez, segundo Batistuta. “A criança pode nascer com síndrome de abstinência de álcool. Nós já tivemos que oferecer álcool para o bebê por causa de uma crise de abstinência. É uma situação muito triste”, lembra o médico. 

Assim como o cigarro, não há uma dose mínima para o uso do álcool durante a gravidez. O que existe de fato são os riscos que a bebida alcoólica traz tanto para a mãe quanto para o bebê.

O álcool é uma substância com passagem livre pela placenta, o que significa passagem livre para o feto, um perigo para o fígado do bebê, que está em formação. O órgão metaboliza o álcool duas vezes mais lentamente que o fígado da sua mãe, ou seja, o álcool permanece por mais tempo no organismo do bebê.

Na gravidez, o risco de aborto espontâneo quase dobra quando a gestante consome álcool. Já após o nascimento, a criança pode apresentar gestos desajeitados, problemas de comportamento, falta de crescimento e retardo mental, dependendo da fase da gravidez e da quantidade de álcool ingerido.

Uma conseqüência irreversível do consumo de álcool durante a gravidez é a Síndrome Fetal do Álcool ou Síndrome do Alcoolismo Fetal (SAF). A doença é caracterizada pelo retardo no crescimento intra-uterino e no desenvolvimento neuropsicomotor e intelectual, distúrbios do comportamento como irritabilidade e hiperatividade durante a infância, diminuição do tamanho do crânio (microcefalia), má formações da face, como nariz curto, lábio superior fino e mandíbula pequena, pés tortos, má-formações cardíacas, maior sensibilidade a infecções e maior taxa de mortalidade neonatal. Alguns desses sintomas se tornam óbvios entre três e quatro anos.

Ohanna fumava cerca de um maço de cigarro por dia Foto: Divulgação

Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que, por ano, 12 mil bebês no mundo nascem com a SAF, o que corresponde a 2,2 de cada mil nascimentos vivos.

Você consegue!

A coordenadora de loja Ohanna Cassin fumava cerca de um maço de cigarro por dia e bebia diariamente, em quantidades sociais, até descobrir que estava grávida da Eloá. O medo de perder a filha, o que já havia acontecido outra vez, e a felicidade de estar gerando uma vida foram a mola propulsora para que ela largasse os dois vícios. Resultado: Ohanna está há mais de um ano sem colocar um cigarro na boca.

“É um vício terrível, mas preferi não voltar a fumar por saber dos males. Minha saúde melhorou bastante, minha resistência aumentou e não quero que minha filha tenha esse vício também, como eu peguei do meu pai... Exemplos vêm de casa e nós passamos a pensar mais nisso quando somos mães”, diz.

Os benefícios que parar de fumar e beber trouxeram para a Eloá são nítidos e Ohanna sabe bem. “Minha filha é super tranquila, não tem problema de saúde nenhum e cigarro e álcool influenciam muito nisso. Tenho amigas que fumaram e beberam a gravidez toda e os filhos vivem doentes. Começar a fumar foi a pior coisa que eu fiz na vida”.

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