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Campanha de vacinação contra sarampo e pólio começa neste sábado em SP

Redação Folha Vitória

A campanha nacional para imunizar crianças de 1 ano a menores de 5 anos contra sarampo e poliomielite, antecipada no Estado de São Paulo, teve início neste sábado, 4. O mutirão vai começar no restante do País na próxima segunda-feira, 6, e tem como meta vacinar 11,2 milhões de crianças até o dia 31 deste mês.

No Estado, devem ser vacinadas 2,2 milhões de crianças contra as doenças e, na capital, serão 562.392. A meta é imunizar 95% do público-alvo.

A enfermeira Glauce dos Santos Oliveira Amorim, de 45 anos, aproveitou o sábado para levar o neto Miguel, de 2 anos e 10 meses, para tomar as vacinas no primeiro dia da campanha na Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. Geraldo da Silva Ferreira, no Jabaquara, na zona sul da capital. "Ele está com o esquema completo e fez o reforço. Moro perto daqui e sei da importância dessas vacinas."

Na sala de vacinação, Davi Lucca, de 2 anos, dizia que tinha ido "trabalhar". Mas estava sendo protegido contra a pólio e o sarampo.

"A gente vem para prevenir, a vacina pode evitar algo pior", diz o pai do menino, o atendente Bruno Melhorini, de 22 anos.

O País não registra casos de poliomielite desde 1989 e não contabilizou casos de sarampo nos anos de 2016 e 2017. Já neste ano, até 1° de agosto, segundo balanço do Ministério da Saúde, foram registrados 1.053 casos da doença no País. Amazonas e Roraima lideram o número de registros.

Cobertura vacinal

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, atualmente, a cobertura vacinal de poliomielite em no Estado é de 70% e, de sarampo, 74,3%. O levantamento se baseia em dados preliminares do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A capital, no ano passado, teve cobertura de 84,8% para a vacina contra a poliemielite e de 86,1% para a vacina tríplice viral SRC (sarampo, rubéola e caxumba).

As coberturas abaixo da meta, que é de 95%, fizeram com que o Ministério Público do Estado de São Paulo abrisse um inquérito para apurar a situação.

O prefeito Bruno Covas (PSDB) acompanhou o primeiro dia de vacinação na UBS Dr. Geraldo da Silva Ferreira e disse que a Prefeitura está trabalhando para que a meta seja alcançada. "É a força-tarefa para a gente vacinar pelo menos 95% das crianças. Estamos antecipando a campanha para ter mais uma possibilidade de os pais levarem as crianças para vacinar e trazendo a Secretaria (Municipal) de Educação para que as escolas possam mostrar para os pais a importância de levar os filhos para vacinar."

Nesta semana, a gestão municipal anunciou que as creches vão verificar a situação vacinal das crianças não só no ato da matrícula, mas duas vezes por ano.

O esquema vacinal para poliomielite é composto por três doses administradas aos 2, 4 e 6 meses, sendo necessários dois reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Já a imunização contra o sarampo é feita por meio da vacina tríplice viral, que protege também contra rubéola e caxumba. O esquema vacinal é de uma dose aos 12 meses, com um reforço aos 15 meses.

Para a campanha, os mais de 4 mil postos de vacinação fixos e 300 volantes distribuídos pelo Estado vão funcionar entre 8 horas e 17 horas durante este sábado.

Mesmo crianças que já tomaram as doses das vacinas contra sarampo e poliomielite vão precisar participar da ação. O objetivo é corrigir possíveis falhas vacinais e garantir a imunização contra as doenças. Não existe um intervalo mínimo entre as doses da vacina contra a poliomielite. No caso do sarampo, não deve tomar a vacina quem recebeu o imunizante nos últimos 30 dias.

Alerta

Em junho, o Ministério da Saúde fez um alerta sobre o risco de retorno da poliomielite em ao menos 312 cidades brasileiras, das quais 44 estão no Estado de São Paulo, com base na baixa cobertura vacinal registrada nesses locais - que não chegou a 50%, quando a meta é 95%. Em 2017, pelo menos 800 mil crianças estavam sem o esquema completo de vacinação, composto por três doses do imunizante.

Dados divulgados pelo Unicef e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que as taxas de vacinação aumentam no mundo, mas caem no Brasil há três anos.