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Morte de soldado da PM completa 3 anos e acusados aguardam julgamento

O soldado Ítalo Bruno foi morto com tiros e pedradas no dia 30 de agosto de 2015

André Vinicius Carneiro , Thaiz Blunck

Redação Folha Vitória

O assassinato do soldado Ítalo Bruno Pereira Rocha completa três anos nesta quinta-feira (30) e os acusados pelo crime ainda não foram julgados. Quatro deles, Alessandro Guimarães de Oliveira, Weverton Silva Rodrigues e os irmãos, Fábio e Fabrício Barbosa da Cruz iriam a júri popular no dia 16 de agosto, em uma audiência presidida pela juíza Daniela Pellegrino de Freitas Nemer, mas a magistrada decidiu suspender a sessão.

>> Vídeo mostra momento em que PM é executado a tiros e pedradas na Serra

O motivo do adiamento, a princípio, seria um suposto questionamento do advogado de defesa de um dos réus a respeito da competência do promotor de Justiça designado pelo Ministério Público. 

​No entanto, segundo o MP, a defesa requereu e a juíza presidente do júri indeferiu que esse promotor de Justiça fosse excluído de seu ofício, justamente por compreendê-lo legal e relevante ao interesse público. Após protelar o julgamento, a defesa de um dos acusados causou, segundo o MP, o tumulto processual, o que fez com que a sessão fosse adiada. 

Já houve uma primeira tentativa de júri popular do caso no mês de maio deste ano, mas o julgamento foi adiado. Na época, o adiamento aconteceu porque o familiar de uma das juradas morreu naquele dia.

Novidades no processo

Logo após o adiamento, pela segunda vez, do julgamento do caso em agosto deste ano, a magistrada Daniela Freitas Nemer deixou o caso. Assumiu, então, a juiz substituta Auricélia Oliveira de Lima.

Na última segunda-feira (27), a juíza Auricélia decidiu pelo remembramento do processo. Na prática, isso significa que todos os onze acusados de participação no crime serão julgados juntos pelo Tribunal de Júri. A data, no entanto, para acontecer o júri popular ainda não foi definida. 

A defesa de Alessandro Guimarães e Eduardo Vinicius Gonçalves, acusados de participação no crime, sustenta a inocência dos réus.

"Falando dos meus clientes, o que eu continuo sustentando é aquilo que eles vem dizendo, que é a não participação deles no crime. Foram denunciados 11 rapazes que já tiveram envolvimento com outros crimes e jogaram todos no mesmo processo. Então, o que tem que ser apurado é a participação ou não participação de cada um deles nesse crime. Também é importante o julgamento para indicar o que esses policiais estavam fazendo lá nesse lugar", destacou.

Já para a acusação, toda a situação do adiamento é visto como uma manobra da defesa. Segundo o advogado Tadeu Fraga, em razão da crueldade, também será pedida uma pena bem acima do limite.

"Um novo julgamento está marcado para setembro. Para a acusação, essa manobra de defesa não mudou em nada a convicção que temos sobre a culpa e vamos sustentar o pedido de acusação da mesma forma que faríamos. Também vamos pedir a pena bem acima do limite comum em razão da crueldade. O certo é acima de 20 anos, mas a pena geralmente ficam em 14 a 19 anos para esse tipo de crime", explica. 

O caso

O soldado Ítalo Bruno foi morto com tiros e pedradas no dia 30 de agosto de 2015, no bairro Jardim Carapina, na Serra. Ele estava acompanhado de um amigo, também soldado da Polícia Militar, que acabou atingido pelos disparos.

Após o ocorrido, Alan Carlos Ferreira Neto declarou que os dois foram até o local para encontrar duas garotas. Em depoimento à Polícia Civil, o soldado Neto contou que, próximo a um baile funk em Jardim Carapina, ele e Ítalo foram surpreendidos por tiros, na rua onde acontecia a festa. Os dois policiais tentaram fugir de carro, mas acabaram batendo. 

A adolescente apontada pela polícia como responsável por atrair o policial militar ao local onde ele foi assassinado, foi detida logo após o crime e levada para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) junto com outros suspeitos de envolvimento. 

Quatro dos 11 envolvidos na morte do soldado Ítalo Bruno Pereira Rocha foram a júri popular em maio deste ano. Segundo a polícia, os réus fazem parte de um grupo de 11 pessoas que foram presas, suspeitas de participarem da morte do soldado. Câmeras de videomonitoramento flagraram o momento em que criminosos mataram o militar e um grande número de pessoas se aproxima do corpo, o atingindo com pedradas e tiros.