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Capixaba que conquistou o título de 24º brasileiro a subir o Everest vai mostrar percurso em exposição fotográfica

O Folha Vitória conversou por telefone com o alpinista, que revelou alguns detalhes sobre a experiência e contou sobre a exposição, que ocorrerá em Belo Horizonte

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Após conquistar o título de 24º brasileiro a subir até o topo do Monte Everest, a montanha mais alta do planeta — localizada no continente asiático, o capixaba Juarez Gustavo Soares, de 48 anos, organiza a primeira exposição fotográfica para mostrar a experiência vivida durante o percurso.

Denominada "Everest: Gelo, Sol, Pedra e Vento", a exibição irá falar sobre a relação intensa do homem com a natureza trazendo uma aproximação entre os componentes encontrados e observados no percurso pela montanha e os quatro elementos naturais: água, fogo, terra e ar.

"Esses elementos da natureza estão representados no Everest de forma intensa. Cabe ao homem uma atitude de respeito, humildade e reverência diante do poder da natureza e o tamanho de cada um em uma montanha tão linda, assustadora e encantadora como é o Everest", relata o escalador.

O Folha Vitória conversou por telefone com o alpinista, que revelou alguns detalhes sobre a experiência e contou sobre a exposição, que ocorrerá em Belo Horizonte, além de falar sobre os projetos para o futuro relacionados à escalação de montanhas.

Como foi a experiência de subir até o topo da montanha mais alta do mundo?

R: É uma experiência muito intensa em todos os aspectos, tanto físico como emocional. São 60 dias de expedição. A gente fica muito sujeito a várias coisas que podem dar errado. Seja questão física ou de saúde. Então a gente tem o desafio de conseguir se manter forte, com boa saúde. O outro aspecto é que ninguém volta dessa experiência da mesma maneira que foi. O que a gente traz em termos de aprendizado, de voltar uma pessoa um pouco mais consciente do que realmente é relevante para a vida também é muito forte. É uma experiência de muito aprendizado

Essa foi a sua primeira experiência com o alpinismo ou você já fez isso antes?

R: Eu já pratico o 'montanhismo de alta montanha' há mais de 15 anos. Eu já subi montanhas tanto no Brasil quanto em outras parte do mundo. Há um projeto chamado "7 Cumes", um desafio de subir os cumes mais altos do mundo. O Everest foi a minha sétima montanha. Eu já tinha uma certa experiência. Não dá para encarar o Everest como uma primeira experiência. Os riscos são muito grandes

Foto: Divulgação

De onde surgiu a ideia de montar uma exposição sobre a sua experiência vivida nesse processo?

R: Eu recebi o convite do Mercado Grano, que é um espaço em Belo Horizonte que une gastronomia, arte e música. Eu achei que tinha uma certa ligação com o que eu gosto, com o público que frequenta o local. É uma exposição de fotos onde de alguma maneira, a ideia é que a imagem traduza o que talvez as palavras não podem, o que seja difícil de expressar por palavras.

O que será mostrado nessa exibição?

R: O tema da expedição é "Everest: Gelo, Sol, Pedra e Vento", que equivale aos quatro elementos da natureza: a água, o fogo, a terra e o ar. Será a relação desses elementos da natureza que estão representados no Everest de forma tão intensa, a relação desses elementos com o homem, cabendo a ele uma atitude de respeito, humildade e reverência diante do poder da natureza e o tamanho de cada um em uma montanha tão linda, assustadora e encantadora como é o Everest.

Você possui projetos para o futuro no montanhismo?

R: Eu tenho um projeto com os meus filhos (dois adolescentes) de subir as dez montanhas mais altas do Brasil. Já fizemos 6, faltam 4. Além disso eu tenho o projeto de voltar ao (Monte) Denali, no Alasca. E tenho muita vontade também de conduzir ou ir com alguns amigos através de uma atividade profissional até o campo base do Everest".

E como foi o day after da conquista de chegar ao cume do Everest? Como você recebeu a repercussão?

R: A gente criou o projeto Capixabas no Everest. Houve uma conexão muito forte com as pessoas do nosso estado e isso teve um impacto muito positivo no período que eu estava no Everest. Houve uma conexão em momentos críticos e cruciais e depois do retorno houve esse compartilhamento. O fato de chegar ao cume de certa forma acaba sendo compartilhada. Foi uma relação e sensação muito bacana e diferente. Foi a primeira vez que eu fiz nesse formato de envolver outras pessoas e acho que o resultado foi bastante positivo para mim e acredito que tenha trazido inspiração e bons sentimentos para pessoas que estavam aqui no estado e que torceram.