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Profissionais tentaram desencorajar menina de 10 anos a realizar aborto, diz secretário

Segundo Nésio Fernandes, um obstetra deu aval para que a vítima de estupro continuasse com a gravidez e avaliou que ela estaria apta a parir

Foto: Reprodução / Youtube

O secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, revelou que quase todos os profissionais que atenderam a menina de 10 anos, que engravidou após ser vítima de estupro em São Mateus, tentaram desencorajar a criança de interromper a gestação.

Em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, o secretário disse que um obstetra do município avaliou que a menina poderia parir. Além disso, segundo Nésio,  alguns conselheiros tutelares, guiados por uma opinião conservadora, acabam protelando o tempo gestacional dessas vítimas, para que não haja a opção do aborto.

Ainda de acordo com a publicação, o secretário informou que a ida da menina para o Recife, para realização do procedimento de interrupção da gravidez, foi fundamental para a segurança dela. Sem equipe preparada para este tipo de processo no Estado, a criança e o feto poderiam estar em risco, segundo avaliou Nésio.

Sobre o debate da 'objeção de consciência', Nésio disse que o conceito é relativo, mas não pode impedir o acesso aos direitos das vítimas. Na avaliação dele, opiniões religiosas e crenças não podem interferir nestes casos, que devem ser conduzidos com cautela pelos profissionais.

O secretário também comentou o fato do Ministério da Saúde não ter falado sobre o assunto, mesmo após o caso ter tomado proporções e repercussões nacionais. De acordo com Nésio, o silêncio do órgão federal não foi algo que ele considerou inadequado, pois era um caso a ser tratado com as autoridades municipais e Estaduais.

* Com informações da Folha de São Paulo 




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