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Mortes por covid em pessoas não vacinadas chegaram a 96%, aponta secretário de Saúde do ES

Nésio Fernandes detalhou a mortalidade observada durante a terceira onde, de março a abril deste ano, enfocando a importância da vacinação durante coletiva à imprensa na tarde desta segunda-feira (16)

Cerca de 96% dos óbitos por covid-19 no Espírito Santo foram de pessoas não vacinadas ou que não receberam as duas doses do imunizante, durante a terceira onda da doença este ano, verificada entre os meses de março, abril e maio.

O quantitativo foi anunciado pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, durante coletiva para a imprensa na tarde desta segunda-feira (16). Ele estava acompanhado pelo subsecretário Luiz Carlos Reblin.  "96,68% dos óbitos que ocorreram por covid aconteceram em quem não estava imunizado por completo. As vacinas representam o principal meio de combate à pandemia", reforçou Fernandes.

Ele também citou um outro quantitativo. Um total de 221 pessoas faleceram durante a terceira onda e, nesses óbitos, foi verificado que os pacientes não haviam conseguido completar o esquema vacinal. "Isso foi consequência da baixa cobertura da vacinação naquele momento. Essas pessoas parcialmente protegidas estavam num contexto de ampla exposição ao risco de transmissão da doença", desenvolveu. 

Fernandes continou a explicação, apontando que esse risco foi diminuindo à medida que o alcance vacinal se ampliava. "De modo que, a partir do momento em que vamos ultrapassando as marcas de 50% de cobertura vacinal e 70% de cobertura vacinal na população adulta, avançando na aplicação das duas doses na população de 40 anos, vamos observar uma queda mais robusta da queda da consolidação de óbitos e internações de paciente entre os grupos etários que mais evoluem para condições críticas da doença", concluiu. 

Ele fez um apelo para que a população não deixe de se vacinar. "Dessa maneira, a vacinação exige que toda a população supere o medo, ansiedade, preconceitos, fake news, que são disseminadas e que têm prejudicado a adesão a segunda dose no Estado", alertou.


Foto: Sesa/Divulgação
Luiz Carlos Reblin (esquerda) e Nésio Fernandes apontaram os últimos dados relacionados à pandemia de coronavírus

Confira pontos de destaque da coletiva.

Consolidação da recuperação da pandemia

O Espírito Santo consolida a recuperação de casos, internações e óbitos que estamos desenvolvendo desde o fim da terceira onda. Não apresentamos mudança de alteração dessa tendência. O Estado monitora e avalia os casos e internações diárias. Nós consolidamos uma demanda diária e semanal de casos e internações em cifras inferiores aos meses de junho e julho. 

Alta de óbitos é explicada por notificações em atraso

Uma avaliação positiva de óbitos na avaliação nacional. No entanto, esse dado não é de óbitos que ocorreram recentemente. São de óbitos que foram identificados pelo cruzamento de dados do sistema de informação de mortalidade em vigilância em saúde. O cruzamento tem feito com que a vigilância identifique óbitos de janeiro, fevereiro e março que não foram oportunamente notificados. Com o consórcio de imprensa acompanha a data em que eles foram informados, o Espírito Santo apresentou a cor vermelha no mapa. 

96% dos óbitos foram de pessoas não vacinadas

96,68% dos óbitos que ocorreram por covid-19 no Espírito Santo aconteceram em pessoas que não estavam imunizadas por completo. As vacinas representam o principal meio de combate à pandemia. Consideramos que as vacinas representam a principal esperança de termos um final de ano diferente do ano passado e um ano de 2022 no qual a agenda nacional não está permeada pela resistência a uma pressão assistencial gigantesca pela pandemia no sistema de saúde. 

147 mil pessoas não apareceram para tomar segunda dose

Reblin: Nós temos 147 mil pessoas que deixaram de tomar a segunda dose. É isso que nós temos que trabalhar com muita força. A primeira faz a proteção inicial. Mas a segunda é que, de fato, consolida a respostas imunológica. Esse apelo é fundamental para adquirir a imunidade, inclusive a indireta. Uma determinada população protege também quem não tomou.

Necessidade de testagem

Nésio: A qualquer sintoma as pessoas devem procurar o sistema. Permanecemos com uma ociosidade muito grande de testes para a população e não estamos identificando uma maior testagem de pessoas com sintomas leves. Pedimos que os municípios retornem com a testagem de contatos. Cabe destacar que a população vacinada que apresenta sintoma respiratório deve considerar a possibilidade de covid-19. Temos diversos postos de testagem. Não é necessário avaliação de profissional de saúde. Qualquer pessoa pode ter acesso. Na Grande Vitória, temos pontos em terminais do sistema Transcol, no Hospital Central, no São Lucas e 24 horas no aeroporto de Vitória. Nossa orientação é que a população procure a testagem. 

Ampliação do número de pontos de testagem

Reblin: Devemos alcançar outros pontos de testagens na Grande Vitória e no interior do Estado. A testagem é segura. Não há nenhum risco na coleta desse material. O teste de antígeno é em poucos minutos e hoje o Laboratório Central (Lacen-ES) tem ofertado resultado em poucas horas. Dependendo da coleta, o resultado sai no mesmo dia ou no dia seguinte.

Dia D de vacinação no Espírito Santo

Com a confirmação da disponibilidade de vacinas para esta segunda quinzena de agosto, nós tomamos a decisão de ampliar a toda a população acima de 18 anos com o início do esquema vacinal. Devemos ter no próximo sábado, dia 21 de agosto, um grande dia de mobilização para em todos os municípios bater recorde de vacinação. A Sesa irá constituir uma brigada de trabalhadores que vão se incorporar junto aos municípios e ter pontos de vacinação próprios. Alguns hospitais nos estacionamentos poderão organizar pontos e temos a expectativa de anunciar até quarta ou quinta-feira o total de vagas para o sábado.   

Municípios poderão trabalhar em estilo colaborativo

A vacinação não restringe que vocês se vacinem no seu município. Podemos ter a colaboração de municípios, principalmente na Grande Vitória, que já avançaram na imunização dos cidadãos para apoiar a vacinação de macrorregiões. 

Um milhão e 100 mil doses no mês de agosto

Teremos 1,1 milhão e 100 mil doses em agosto. Não serão alcançadas as expectativas anteriores anunciadas pelo Ministério da Saúde. A quantidade deve ser compensada em setembro, que devemos alcançar na primeira quinzena a completude do esquema vacinal em toda a população adulta e iniciar grupos subsequentes. 

Vacinação em adolescentes infratores

Nesta semana será publicada nota técnica autorizando a vacinação de adolescentes, dos menores infratores, que deverão ter a vacinação iniciada nos próximos dias. Estamos avançando junto ao Governo Federal na vacinação e nos critérios que serão adotadas e devemos ter novidades a respeito das posições no que diz respeito ao avanço da vacinação. 

AstraZeneca para primeira dose e Pfizer para a segunda dose

Entendemos que a vacinação heteróloga deve ser analisada. O Governo do Espírito Santo avalia como oportuno que deva ser adotada, considerando que neste momento temos ampla disponibilidade de vacina da Pfizer em um contexto de predominância na vacinação, de forma que a AstraZeneca poderia ser usada como D1 e a da Pfizer como D2. 

Segunda dose da Pfizer pode ser antecipada

Apresentamos a posição do Estado para antecipação da Pfizer para oito semanas. Nós consideramos que prazos menores que oito semanas podem não ser adequados. O Ministério da Saúde vai manifestar nos próximos dias e devemos ter autorização da antecipação em todo o país.

Estado defende reforço vacinal com imunizante da Pfizer

A Pfizer já está sendo recomendada com o reforço vacinal em vários países. Estamos avaliando a necessidade da terceira dose da vacina, especialmente em população idosa e imunossuprimida. De modo que a terceira dose da Pfizer está sendo avaliada e o Estado já se mostrou favorável. O assunto está sendo debatido junto ao Ministério da Saúde e o tema deve avançar para uma conclusão nas próximas semanas. 

 Análise de variantes na Fiocruz

Mais de 150 amostras foram enviada para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro. Elas serão submetidas a sequenciamento genético para que determinemos e compreendemos a circulação de novas cepas. A gente aguarda o resultado o mais breve possível para que a Fiocruz possa informar as variantes mais circulantes no Estado. 






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