JULGAMENTO DO CASO MILENA GOTTARDI

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Caso Milena Gottardi: 5º dia de julgamento dá início ao interrogatório dos réus

Depoimentos das testemunhas de acusação terminaram na quinta-feira (26), com fala do irmão da médica, Douglas Gottardi

Foto: Iures Wagmaker / Folha Vitória

O quinto dia de julgamento do Caso Milena Gottardi é realizado nesta sexta-feira (27), no Fórum Criminal de Vitória. Além das últimas testemunhas de defesa, os réus começaram a ser ouvidos.

Duas testemunhas prestaram depoimento. Primeiro, foi ouvido o desembargador aposentado Arnaldo Santo Souza, por videoconferência. Na sequência, prestou depoimento José Ferreira Campanholi, pela defesa de Esperidião Frasson.

O primeiro a prestar depoimento, por cerca de 40 minutos, falou que conheceu Hilário Frasson quando precisou de um assessor e pediu a um juiz uma indicação. Na época, o réu, que era doutorando de Direito, chamou a atenção do então desembargador.

Ele afirmou que Hilário era um funcionário assíduo e de boa convivência com colegas. A testemunha ainda falou que nunca viu nenhum ato de agressividade ou exagero de bebida por parte do Hilário.

Para a promotoria, a testemunha disse que não toleraria caso algum servidor tivesse excesso de bebidas. Ele também disse que tinha conhecimento do processo que Esperidião Frasson já respondia.

Para a tarde desta sexta, começará a fase de interrogatório dos réus. O primeiro a ser ouvido será o Dionathas, apontado como executor do disparo. A defesa adiantou que ele responderá todas as perguntas feitas pelo juiz, pela promotoria e pela defesa dos demais réus.

Dia de julgamento promete ser longo

Antes do início do julgamento, o promotor Rodrigo Monteiro disse que acredita que será um dia longo, dada a importância do interrogatório de cada réu.

"Hoje vai ser um dia longo. Teremos duas testemunhas de defesa e iniciar os interrogatórios dos réus. Não sabemos se eles vão responder as perguntas ou ficar em silêncio. A duração dos interrogatórios vai depender muito da tese defensiva", afirmou.

Sobre a duração do julgamento, previsto inicialmente para terminar no domingo (29), Monteiro esclareceu que vai depender da estratégia de cada defesa para o interrogatório dos réus.

"Se os réus reponderem todas as perguntas, não termina domingo. O silêncio é um direito do réu. Não é imoral e nem ilegal, mas é o que vai determinar a duração do julgamento, pois é a estratégia de cada um", explicou.

Ele ainda avaliou os depoimentos do dia anterior, inclusive o de Douglas Gottardi, irmão de Milena, que avaliou como muito forte, importante e emocionante. 

"O depoimento das testemunhas de defesa trouxeram elementos favoráveis ao réu, como é de se esperar. Especialmente a testemunha do Hilário trouxeram elementos em favor da defesa, mas mostraram que o mesmo era de personalidade difícil, de gastos elevados e que foram prejudiciais a própria defesa", afirmou.

Depoimentos dos réus começam pelo executor

O promotor do Ministério Público Estadual (MPES), Leonardo dos Santos, falou sobre a ordem dos depoimentos dos réus. "A ordem começa pelo executor, o Dionathas. Em seguida, segue Bruno. Vai para os considerados intermediários e termina com Esperidião e Hilário Frasson", detalha.

Leia também: Testemunhas de defesa de Hilário Frasson encerram quarto dia de julgamento do caso Milena

O promotor acredita que o júri chegue a uma conclusão na terça-feira. "Além de colher o depoimento de seis pessoas, teremos o momento dos debates, com as réplicas e as tréplicas entre acusação e defesa", explicou.

Quem são os réus do processo

Hilário Frasson - ex-marido da médica e ex-policial civil
Esperidião Frasson - ex-sogro da vítima
Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho - acusados de serem intermediadores do assassinato
Dionathas Alves Vieira - acusado de ser o executor do crime
Bruno Rodrigues Broetto - apontado como o responsável por conseguir a moto utilizada no dia do assassinato

Entenda a participação de cada réu no caso

As investigações concluíram que Hilário e Esperidião encomendaram o assassinato de Milena Gottardi por não aceitarem o fim do casamento entre ela e o então policial civil. Para isso, eles teriam contratado Valcir e Hermenegildo para dar suporte ao crime e encontrar um executor.

Ainda segundo a polícia, Dionathas Alves foi o escolhido para executar o "serviço" — como os envolvidos se referiam ao assassinato da médica. Para isso, ele receberia uma recompensa de R$ 2 mil.

Foto: Arte/Julio Lopes

Dionathas teria usado uma moto, roubada pelo cunhado Bruno, para seguir de Fundão até Vitória e matar Milena.

O veículo foi apreendido em uma fazenda em Fundão, no mesmo dia em que Dionathas e Bruno foram presos. O executor confesso do assassinato disse à polícia que o crime foi planejado durante cerca de 25 dias.

O inquérito, no entanto, aponta que o planejamento do homicídio começou pelo menos dois meses antes do crime. Segundo as investigações, os seis acusados de envolvimento na morte de Milena Gottardi trocaram 1.230 ligações e formaram uma rede de comunicação antes e após o crime.

Depoimentos de quatro suspeitos de envolvimento do crime detalharam como foi o planejamento do assassinato da médica.

De acordo com informações da Secretaria de Estado da Justiça, Hilário Frasson está preso na Penitenciária de Segurança Média I; Esperidião Frasson, no Centro de Detenção Provisória de Viana II; Valcir, no Centro de Detenção Provisória de Vila Velha; Hermenegildo, no Centro de Detenção Provisória da Serra; e Dionathas e Bruno, no Centro de Detenção Provisória de Guarapari.

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