Dino (divulgador de notícias)

Geral

Qual é a relação entre gestão de pessoas e cultura organizacional?

Para especialista na área de consultoria, a gestão de pessoas é uma opção frente aos desafios do RH pós-Covid-19 e uma peça-chave para manter a cultura organizacional

Foto: Divulgação/DINO

Para além de suas responsabilidades mais conhecidas, como admissão e demissão, o departamento de RH (Recursos Humanos) das empresas brasileiras têm de lidar, cada vez mais, com demandas até então nunca vistas. Exemplo disso, o teletrabalho se tornou uma realidade para 46% das empresas desde a eclosão da pandemia de Covid-19, em março de 2020, conforme um levantamento da FIA (Fundação Instituto de Administração), realizado com 139 pequenas, médias e grandes empresas do país.

A nível global, a adesão ao  teletrabalho também foi massiva durante a crise sanitária, o que expandiu as oportunidades e inseriu os profissionais do país em um mercado de trabalho internacional. Aliás, dados da Page Group, negócio de recrutamento do Reino Unido, revelam que a contratação de brasileiros por empresas estrangeiras aumentou 20% em apenas 12 meses.

Para Alexandre Scarpelli, especialista na área de consultoria e gestão de pessoas, presidente da APVS Brasil, em um contexto de mudanças de um mercado de trabalho competitivo, é importante contar com uma consultoria especializada em gestão de pessoas para manter a cultura organizacional. “Uma consultoria em gestão de pessoas é realizada levando-se em conta a cultura, a missão e os valores da organização”, afirma.

Scarpelli explica que o principal objetivo de uma consultoria especializada em gestão de pessoas é gerar soluções voltadas para a adoção de práticas ágeis. “Além disso, uma consultoria deve oferecer rotinas aplicáveis, envolvendo pontos como a manutenção do ‘DNA’ da empresa, a motivação e satisfação dos colaboradores e o clima organizacional”.

Consultoria externa oferece olhar imparcial

Na visão do especialista, uma consultoria em gestão de pessoas deve ser desenvolvida por uma equipe ou consultoria especializada de fora da organização. “A consultoria em gestão de pessoas pode ter diversos objetivos: focar em relacionamento, dados para tomada de decisão, criação de processos e treinamento e em estratégias que visam melhorar processos, desenvolver pessoas e contribuir para o crescimento da empresa como um todo”, descreve.

Ele explica que, por possuir uma visão macro da instituição, a consultoria externa pode agregar com um olhar mais imparcial e menos “contaminado” dos processos existentes. Por isso, a abordagem fornece uma análise crítica e precisa de tudo o que envolve a gestão de pessoas, permitindo fazer a avaliação, o planejamento e o monitoramento de todos os processos e serviços que envolvem a equipe.

“Em primeiro lugar, os responsáveis pela consultoria devem realizar uma análise profunda da cultura organizacional para não propor ações equivocadas ou distantes dos hábitos e objetivos da organização. Também é importante analisar com máxima atenção os dados existentes como as metas e métricas atuais”, detalha Scarpelli. 

A partir de então, avança, é possível dar continuidade ao projeto utilizando ferramentas como análise documental, entrevistas, posicionamento e implantação de novas estratégias. “Após captar os resultados e analisá-los, o trabalho do consultor deverá apontar os pontos de melhoria que estão prejudicando o desempenho da companhia, propondo ações para corrigi-las e estabelecendo metas reais que atendam às necessidades dos gestores”.

De todo modo, acrescenta Scarpelli, a consultoria não necessariamente vai “resolver o problema”, mas oferecer as ferramentas para que a empresa contratante seja responsável pela implementação, andamento e continuidade do que for proposto.

Para finalizar, o presidente da APVS Brasil conta que uma equipe de consultoria é capaz de avaliar a cia como um todo e, especialmente, a dinâmica interna do RH e suas diversas interações com os demais departamentos.

“Esse rastreio do funcionamento do negócio aponta falhas ou oportunidades a serem exploradas, pouco evidentes para os gestores que estão concentrados em suas respectivas áreas. É uma alternativa para lançar uma visão sistêmica sobre a empresa e encontrar soluções criativas e de baixo custo para aperfeiçoar o trabalho cotidiano”, conclui.