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Mulher empresta a barriga para a irmã ter filho em Vila Velha

Um sentimento sem descrição. É assim que Ariana Leite define o que a irmã fez por ela. Uma história bonita e comovente por meio de uma barriga substituta

A irmã mais nova se ofereceu como barriga substituta para a gestação do sobrinho Foto: Reprodução TV Vitória

Barriga de aluguel é crime no Brasil. A legislação não permite remuneração para gestação de bebês. E foi sem receber nada em troca, além de amor, que aconteceu uma gestação com uma barriga substituta em Vale Encantado, em Vila Velha.

Um sentimento sem descrição. É assim que Ariana Leite Patto define o que a irmã fez por ela. Uma história bonita e comovente.

Ariana Leite acredita que o desejo do marido de ter filhos salvou a vida dela. Ela descobriu que tinha endometriose em estado avançado e já tinha perdido a trompa direita.

A partir daí, os dois iniciaram uma luta para ela conseguir engravidar. Foram três tentativas de fertilização in vitro. O tempo foi passando, o casal investiu tudo o que tinha e Ariana não engravidava. Em uma das tentativas, ela quase morreu e pensou em desistir. “Eu pensava que Deus nunca ia me dar um filho, porque eu achava que as minhas orações não eram ouvidas, eu não sabia mais como pedir, já não tinha palavras para pedir à Deus”, desabafou Ariana Leite.

Foi então que a irmã mais nova, Daniela Patta, de 22 anos, se ofereceu como voluntária para ser uma barriga substituta e disse que iria engravidar no lugar de Ariana. “Isso para mim foi uma coisa sem palavras, foi muito emocionante, porque sinceramente eu não sei se eu faria isso por ela”.

A fertilização aconteceu no dia 9 de dezembro de 2013, e desde então, o pai Marco Antonio e a mãe Ariana acompanharam tudo. Emocionados eles lembram como foi a gestação, os desejos de Daniela e a emoção do nascimento de Erick. “Eu e Marco sempre estávamos em todas as consultas, em todos os exames”, diz Ariane. “Em casa acompanhávamos o desenvolvimento dele na barriga, ela crescendo e mexendo”, complementa Marco Antonio.

Apesar da Ariana não ter gerado o Erick, ela se preparou para o processo de amamentação do filho e o faz com muita cumplicidade.

Erick tem apenas dez dias. O quartinho dele foi preparado com muito carinho pelos pais, pensando em cada detalhe. Agora os pais tentam registrar o Erick e enfrentam a Justiça. A família já passou por três juízes, na vara da família e agora esperam o resultado do DNA para registrar a criança. “A Vara de Família exigiu que tivesse um teste de DNA após nascido para que pudesse se embasar para tomar a decisão dela”, informou Marco Antonio.

Uma resolução do Conselho Federal de Medicina exige que a coleta, a utilização e o destino do material tenham concordância prévia e expressa dos interessados. Nesse caso, a gestação foi com uma barriga substituta, sendo a tia a geradora da criança. Agora, eles só pensam em dar um futuro para a criança. E destacam que a Daniela sempre será uma tia mais que especial para a criança e para a família. “Uma tia que baba o primeiro sobrinho dela. Os médicos sempre que perguntavam se era a primeira gestação, ela dizia que é o primeiro sobrinho e de gestação é a terceira”, comentou Ariana.

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