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China moderniza exército e ostenta armas em comemoração do fim da II Guerra

Redação Folha Vitória

Pequim - O presidente da China, Xi Jinping, anunciou a redução de 300 mil tropas das forças armadas do país, como parte de uma série de reformas para fortalecer o poderio militar para além de suas fronteiras.

Xi anunciou a redução da tropa em um discurso nesta quinta-feira em parada militar que comemorou os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. A cerimônia foi realizada na histórica Praça da Paz Celestial e serviu para a China ostentar de seus equipamentos militares de ponta.

Em seu discurso, Xi disse que o "mundo está longe de estar tranquilo", embora tenha reiterado o compromisso da China para a paz. Além disso, o presidente chinês disse que os militares iriam "cumprir fielmente o dever sagrado de proteger a segurança e o bem-estar das pessoas da nação".

Ao anunciar o corte de 300 mil tropas, Xi não forneceu detalhes sobre como isso seria realizado. Um comunicado do Ministério da Defesa divulgado mais tarde informou que as reduções serão feitas até o final de 2017 e terão como alvo equipes administrativas e equipamentos obsoletos.

Enquanto o momento do anúncio foi inesperado, a redução se encaixa com a ambição chinesa de modernizar as Forças Armadas, favorecendo a marinha e as aeronáutica em detrimento ao exército, o que lhe permite aumentar a projeção de poder e proliferar os interesses estratégicos e comerciais da China.

"Os cortes são a prova da contínua modernização das Forças Armadas, que adotam cada vez mais novas armas e tarefas automatizadas", disse James Hardy, editor de Ásia-Pacífico da IHS Jane Defense Weekly. "Há também a sensação de que as Forças Armadas são excessivamente burocráticas."

A China mantém uma das maiores forças militares ativas no mundo. Um documento de 2006 do governo informou que o Exército Popular de Libertação mantinha 2,3 milhões de pessoal na ativa, um número que pode ter permanecido estável, segundo observadores internacionais.

O governo lançou publicamente a necessidade de renovar as Forças Armadas e sua estrutura de comando para promover a coordenação mais forte entre os ramos de serviço e operar de forma mais eficaz na era da informação. Um documento de estratégia do governo sobre estratégia militar, lançado em maio, delineou a necessidade de "inovar constantemente a orientação estratégica e assegurar as capacidades de lutar e vencer".

O desfile de quinta-feira contou com muitas armas não mostradas anteriormente e sua exibição parecia intencionalmente projetada para capturar a atenção de observadores militares estrangeiros.

Esta é a primeira vez que a China comemora com uma parada militar o fim da Segunda Guerra Mundial, ou da guerra para resistir à agressão do Japão, como é chamada pelas autoridades. Embora destinado principalmente a um público doméstico, o desfile contou com a presença de alguns líderes mundiais que têm um histórico de hostilidade com os EUA, como os presidentes Nicolás Maduro (Venezuela) e Vladimir Putin (Rússia).

Chamou a atenção também a presença de uma forte aliada dos EUA na região: a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye.

Questionado sobre o desfile, o porta-voz do governo do Japão, Yoshihide Suga, afirmou que o país gostaria que a China "adotasse uma postura orientada para o futuro e buscasse a solução para os problemas da comunidade internacional em vez de colocar um holofote excessivo nos infelizes acontecimentos do passado". Fonte: Dow Jones Newswires.

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