Famílias retiradas de terreno em Vila Velha serão abrigadas em prédio da prefeitura

As famílias que estão abrigadas na Escola Professor Darcy Ribeiro, em Morada da Barra, Vila Velha, deverão ser encaminhadas para um imóvel da prefeitura do município, localizado no mesmo bairro. A informação foi anunciada na tarde desta quarta-feira (19) pelo prefeito de Vila Velha, Max Filho.

O prédio para onde as famílias serão encaminhadas foi adquirido pela administração municipal em 2008, para a construção de um Centro de Referencia de Assistência Social (Cras). De acordo com o prefeito, o prédio agora será reformado emergencialmente para servir como abrigo provisório. A previsão é que as famílias sejam realocadas para o novo espaço em um prazo de cerca de dez dias.

"É um imóvel que estava abandonado. Nós começamos a reformá-lo neste ano e estamos reformando parte dessa estrutura. Essa segunda estrutura seria reformada num segundo momento. Nós estamos antecipando a reforma nesse prédio para adequá-lo minimamente para poder receber essas famílias, tirando-as do desalento e também tirando de uma escola municipal que precisa voltar a funcionar", ressaltou o prefeito.

Atualmente 29 famílias estão abrigadas na escola municipal em Morada da Barra. No entanto, o prédio que será disponibilizado pela prefeitura só tem capacidade para abrigar 21 famílias. Segundo Max Filho, a prefeitura espera o apoio do Governo Estadual para abrigar o restante das famílias.

"Ontem ainda eu procurei o governador do Estado, que se mostrou sensível. Estamos aguardando o contato também da Secretaria de Estado da Assistência Social para encaminharmos o restante das famílias com o apoio do Governo Estadual, que também é fundamental que participe de um momento de solução desse problema, dessa contingência gerada pelo cumprimento dessa decisão judicial, já que essa decisão foi cumprida pela tropa de choque da Polícia Militar", destacou o prefeito.

Reintegração de posse

As famílias foram retiradas de um terreno, em Morada da Barra, na manhã de terça-feira (18), durante uma ação de reintegração de posse, determinada pela Justiça e cumprida pela Polícia Militar. Também por decisão judicial, elas foram encaminhadas para a Escola Professor Darcy Ribeiro, onde passaram a noite.

A ordem de retirar as famílias de suas casas partiu da 4ª Vara Cível de Vila Velha. O juiz Carlos Magno atendeu o pedido de cotistas, que alegam que a área, conhecida como Morada dos Lagos, foi invadida.

Questionado sobre o fato de a prefeitura não ter feito nada antes, para evitar que essas famílias ficassem sem ter onde morar, Max Filho alegou que a administração municipal não faz parte do processo judicial que resultou na ação de reintegração de posse.

"A prefeitura não é parte do processo. Eu também não quero responder pelo erro dos outros. Nós assumimos a prefeitura no ano passado e temos dado todo o apoio aos projetos de moradia popular, especialmente do Minha Casa, Minha Vida. Nós não estimulamos as invasões, mas não deixamos de assistir as famílias. Não deixamos de matricular seus filhos nas escolas públicas, não deixamos de dar o atendimento médico necessário, a coleta de lixo é feita regularmente em toda a cidade, a iluminação pública, enfim. Mas não somos parte do processo e nem fomos convidados a integrar esse processo judicial, que pudéssemos nos envolver enquanto instituição. Apenas foi convocada a Guarda Municipal para dar apoio no trânsito e na logística da Polícia Militar no dia da execução da decisão judicial", afirmou.

O prefeito também criticou a forma como foi feito o trabalho da Polícia Militar na reintegração de posse. "Acho que houve um excesso de uso da força desproporcional à reação das famílias, com a utilização, inclusive, de helicóptero e cavalaria. Na nossa avaliação, a forma como foi cumprida a decisão judicial foi com muito excesso, um excesso desproporcional ao tamanho da medida", ressaltou.