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Escolas particulares do ES se preparam para o retorno das aulas presenciais

As atividades estão autorizadas a voltar, a partir da próxima segunda-feira (5), nos ensinos infantil, fundamental e médio

Foto: Divulgação
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Faltando uma semana para que as aulas presenciais possam ser retomadas nas escolas particulares do Espírito Santo, as instituições já estão preparadas para receber de volta os alunos, depois de mais de seis meses. As atividades estão autorizadas a voltar, a partir da próxima segunda-feira (5), nos ensinos infantil, fundamental e médio.

O retorno, no entanto, precisa acontecer seguindo uma série de medidas, especificadas em uma portaria publicada pelo governo do Estado no dia 8 de agosto. Entre as regras desse protocolo estão a disponibilização de álcool em gel e de tapetes para higienização na porta das escolas, medição de temperatura de cada um que entrar na instituição, utilização de máscara e protetor de acrílico por parte dos funcionários, sinalizadores no chão para demarcar o distanciamento, uso de garrafinhas nos bebedouros, entre outras.

Entretanto, nada chama mais atenção do que o novo normal nas salas de aula. Em uma turma de uma escola particular de Vitória, por exemplo, há 35 alunos. Para obedecer às novas determinações, ela precisou ser dividida em três turnos. Com isso, apenas 12 alunos por vez poderão voltar às aulas presenciais. Além do afastamento das carteiras nas salas, o ar condicionado será mantido desligado, os ventiladores ligados e as janelas abertas.

O retorno às atividades presenciais, no entanto, ainda é facultativo. Dessa forma, os pais que preferem manter os filhos em casa têm essa opção. Justamente para atender esses estudantes, o colégio comprou câmeras para transmitir as aulas ao vivo.

"Nós estamos tentando pensar em tudo para que a gente não tenha nenhum caso aqui na escola. Tenho certeza absoluta que todas as escolas estão com esse mesmo pensamento. Mas é muito importante ressaltar que, apesar de estar seguindo totalmente o protocolo que o governo instituiu, a garantia de 100% não existe", destacou o diretor pedagógico da instituição, Fabrício Silva.

Os alunos que retornarem às aulas presenciais também deverão levar duas máscaras enumeradas, para troca no meio do período escolar. Além disso, quem apresentar sintomas da covid-19 não poderá permanecer na escola.

O protocolo é rígido e a maior parte das medidas foi definida pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu), junto com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). No entanto, cada escola precisa se adequar às normas, dependendo do tamanho das salas de aula e do espaço externo, para evitar aglomerações. 

"Sabendo exatamente quais são os alunos de cada turma que vão estar lá, a gente consegue dimensionar a capacidade de atendimento da escola nas turmas e entender se há necessidade de rodízio ou não, de que forma esse rodízio seria feito e todas as outras medidas necessárias, que vão desde organização de horário de entrada e saída, recreio, até mesmo o planejamento pedagógico", ressaltou o vice-presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), Eduardo Costa Gomes.

Já o protocolo para a educação infantil vai ser publicado no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (29). Uma das regras é que o atendimento nessas instituições deverá ser individual ou em pequenos grupos de crianças.

Para o secretário estadual de Educação, Vitor de Angelo, já está na hora das aulas voltarem no Espírito Santo. "Na medida em que as autoridades de saúde nos garantem, neste momento, que o Espírito Santo reúne condições sanitárias para voltar, então não há por que não retornar", afirmou.

Dúvidas

Muitos pais de alunos, no entanto, têm dúvidas quanto a mandar ou não os filhos para a escola. É o caso de Marcela Oliveira, que tem dois filhos adolescentes. "Eu fico preocupada, porque eles têm que pegar ônibus, têm que migrar de terminal. Então, é uma preocupação, porque eles vão ter todo tipo de contato", afirmou.

Nem mesmo o filho dela, Rafael Oliveira, de 17 anos, que vai prestar o Enem, sabe se quer retornar ao ensino presencial. "Eu fiz todo um planejamento para poder me preparar para o Enem em casa, para ter que mudar tudo faltando três meses para a prova? Então eu não sei o quão positivo vai ser isso para mim", alega.

A infectologista pediátrica Euzanete Coser afirma que o mais importante é seguir as regras, tanto as escolas, quanto os pais e alunos. "É muito importante que os pais também tenham consciência de que crianças de grupo de risco não devam frequentar escola presencial neste ano, que todas as crianças que estiverem com algum sintoma respiratório ou diarreia, ou algum familiar com suspeita ou confirmação de covid, não podem frequentar escola num período de 10 a 14 dias, dependendo da avaliação médica", frisou.

Com informações da jornalista Andressa Missio, da TV Vitória/Record TV