Consórcios podem ser vendidos em casos de desistência
Segundo Fábio dos Santos, sócio-diretor da Consórcio Fast, vender a cota de um consórcio é alternativa para indivíduos ou empresas que desistiram da aquisição e querem recuperar parte do investimento
Na hora de adquirir um veículo ou imóvel, muitos optam pelo consórcio. Nesse tipo de financiamento coletivo, pessoas físicas ou jurídicas formam um grupo para levantar recursos, com cada membro se comprometendo a pagar uma contribuição mensal durante um período específico.
O que muitos não sabem, no entanto, é que uma vez comprada a cota do consórcio, existe a possibilidade de vendê-la a um terceiro. De acordo com Fábio dos Santos, sócio-diretor da Consórcio Fast, trata-se de uma alternativa para indivíduos ou empresas que, por algum motivo, desistiram da aquisição.
“Geralmente, as pessoas que estão com dificuldades financeiras deixam de pagar a sua cota de consórcio (ficando em atraso) e posteriormente evoluem para uma cota cancelada (por falta de pagamento). Hoje, é possível que a pessoa possa vender essa cota para que ela recupere parte do investimento, recebendo em dinheiro pela venda”, explica Fábio dos Santos.
Outra situação comum, acrescenta o especialista, envolve indivíduos que estavam planejando se casar e buscaram um consórcio a fim de adquirir um imóvel. No entanto, o casal acaba se separando e, com isso, a cota em andamento pode ser vendida para repartir o patrimônio.
Já no caso de pessoas jurídicas, é comum empresas fazerem consórcio pensando em um investimento futuro, como adquirir um novo imóvel ou veículo pesado, como caminhões e equipamentos agrícolas. Por algum motivo estratégico ou também por falta de recursos financeiros, a empresa decide cortar o investimento e passa a querer recuperar parte do valor já pago.
Fábio dos Santos afirma que existem diferentes maneiras de efetuar a venda de consórcio. A principal é procurar uma empresa especializada nisso. “Outra alternativa seria buscar um comprador particular para a transferência da cota, porém, esse processo tende a ser mais burocrático e arriscado, com chances de inadimplência na transação”, pondera.
Ele lembra que a transferência de cotas exige análise e aprovação da administradora do consórcio. Há ainda o risco de desvalorização da cota, pois “o comprador particular muitas vezes não tem o conhecimento adequado para avaliá-la corretamente, o que pode resultar em uma negociação desfavorável. Sem um contrato formal, essa operação também não oferece garantia jurídica”, diz Fábio dos Santos.
Ao buscar uma empresa, o especialista afirma que é fundamental prestar atenção a alguns pontos. Para reduzir riscos de prejuízo ou calote, orienta-se pesquisar a reputação do negócio com o qual se está discutindo a venda.
O especialista cita que as avaliações públicas no Google podem dar uma boa referência da experiência de clientes anteriores da empresa. Em seguida, a recomendação é fazer uma pesquisa financeira do possível comprador, verificando o quadro societário, tempo de atividade e localização do negócio.
“Também é importante solicitar pelo menos duas cotações. Os critérios de precificação podem variar entre as empresas, o que pode influenciar significativamente o valor da proposta final”, argumenta.
Sistema de consórcios bateu recorde em 2023
Fábio dos Santos diz que o setor de consórcios tem vivido uma grande expansão no Brasil, com cada vez mais pessoas e empresas aderindo ao consórcio. A afirmação é respaldada por um levantamento da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC).
Segundo dados apresentados pela entidade, o setor bateu recorde no ano passado. Entre janeiro e dezembro de 2023, as negociações atingiram a marca de R$ 316,70 bilhões. O número é 25,6% acima dos R$ 252,09 bilhões registrados no mesmo período de 2022.
Somados, veículos leves, motocicletas e veículos pesados (como caminhões) respondem por cerca de 78,8% dos consórcios. Já os imóveis correspondem a 16,6%, indica o levantamento da ABAC.
Para saber mais, basta acessar: https://consorciofast.com.br/