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'É uma mudança tão brusca que nenhuma hipótese explica tudo'

Redação Folha Vitória

São Paulo - Além da nova regra de inscrição, segundo especialistas, a maior proporção de candidatos veteranos no Enem é uma tendência natural da prova. O exame já absorveu boa parte da demanda reprimida de adultos do País que havia terminado o ensino médio, mas não teve chances de fazer um curso técnico ou superior. Se não passam da primeira vez, no entanto, muitos desses candidatos voltam a encarar o teste.

Mas, ponderam os especialistas, a variação radical no perfil dos participantes também levanta a hipótese de um erro estatístico ou mudanças de classificação do Inep.

"É uma mudança tão brusca que nenhuma hipótese explica todos esses números, a princípio", pondera Márcio da Costa, professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "Esse aumento deveria ser processual, não um salto de um ano para o outro."

De acordo com ele, pode ter havido um erro de cálculo ou uma mudança de classificação dos candidatos. Procurado, o Inep disse que ainda não conseguiu fazer uma análise mais ampla dos dados e não houve alteração nos critérios para classificar os participantes.

Reynaldo Fernandes, ex-presidente do Inep, diz que é normal que o número de estreantes no exame caia. "Em um sistema equilibrado, o total de participantes deve ser bem próximo ao de concluintes da educação básica. Esses são os candidatos naturais da prova", diz ele, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP).

Ainda não há balanço sobre quantos estudantes devem terminar o ensino médio em 2015. No ano passado, eram 2,225 milhões de alunos no 3.ºano do ensino médio. No ano anterior, eram 2,213 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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