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Número de doses de vacina do HPV será reduzido de 3 para 2

Redação Folha Vitória

Curitiba - O Ministério da Saúde diminuirá de três para dois o número de doses da vacina do HPV oferecida na rede pública para meninas de 9 a 13 anos, anunciou nesta sexta-feira, 2, a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Carla Domingues, na Jornada Nacional de Imunizações, realizada em Curitiba.

Iniciada no ano passado, a vacinação contra o vírus causador do câncer de colo de útero deveria ser feita em três etapas, com a segunda dose aplicada seis meses após a primeira e a terceira, cinco anos depois da dose inicial. Segundo Carla Domingues, no entanto, estudos científicos já demonstram que a vacina atinge a eficácia desejada apenas com duas doses.

"Estamos trabalhando para mudar esse esquema de vacinação para duas doses porque, além da questão da eficácia, podemos aumentar a adesão", disse ela. A mudança deverá ser oficializada no ano que vem.

Mesmo as adolescentes que foram vacinadas no ano passado e neste ano, ou seja, antes da alteração no esquema vacinal, não precisarão tomar a terceira dose.

O aumento da adesão à campanha de vacinação contra o HPV é um desafio para o Ministério da Saúde. No ano passado, 100% do público-alvo tomou a primeira dose da vacina, mas o porcentual de meninas que procuraram os postos de saúde para tomar a segunda dose caiu para 60% após relatos de efeitos colaterais. Investigações do ministério e de secretarias de saúde mostraram que a maioria dos eventos adversos foram reações psicológicas e comprovaram que a vacina é segura.

O imunizante protege contra os tipos mais comuns do vírus, causador do tumor de colo do útero, doença que mata cerca de 5 mil mulheres no Brasil todos os anos. Além disso, o HPV causa a maior parte dos casos de câncer anal, de vagina, de orofaringe e de vulva. A vacina protege ainda contra as verrugas genitais.

Carla Domingues nega que a redução no número de doses tenha como um dos objetivos reduzir os custos com compra do produto. "Em programa de vacinação, a gente nunca pensa em reduzir custos. A preocupação tem que ser manter a eficácia e aumentar a adesão", diz.

A repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Imunizações.

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