Pré-candidatos Republicanos à Casa Branca participam de terceiro debate do ano
Boulder, Colorado - No terceiro debate dos candidatos à presidência dos Estados Unidos do Partido Republicano, na quarta-feira de noite, promovido pela rede de televisão CNBC, Jeb Bush rapidamente tomou como alvo Marco Rubio em uma luta pelo controle da ala do establishment do partido, à medida que os candidatos insurgentes e fora dos padrões Republicanos, Donald Trump e Ben Carson, defenderam a seriedade de suas campanhas para a Casa Branca.
Os participantes do debate, no chamado horário nobre da TV, são aqueles que atualmente têm mais preferências nas pesquisas de intenção de voto: Donald Trump, Ben Carson, Jeb Bush, Ted Cruz, Marco Rubio, Carly Fiorina, Mike Huckabee, John Kasich, Rand Paul e Chris Christie.
Bush, o ex-governador da Flórida e filho e irmão de ex-presidentes dos EUA, foi novamente visto como o principal candidato do Partido Republicano. Entretanto, ele entrou no debate em meio ao pior momento de sua campanha para a Casa Branca. Ao atacar o trabalho de Rubio, que é senador, Bush sinaliza que ele vê o candidato como o mais provável a atrapalhar o seu caminho.
"Marco, quando você se responsabilizou por isso, era um mandato de seis anos e você deveria estar trabalhando", disse Bush.
Rubio, que já teve um relacionamento próximo com Bush, respondeu duramente: "Alguém convenceu você de que me atacar vai te ajudar".
Bush e Rubio lutaram pelo controle da maior e mais popular ala do Partido Republicano no debate, que ocorre cerca de três meses antes da primeira contagem de votos na corrida eleitoral, que ainda deve escolher os candidatos oficias de cada partido - o que deixa bastante tempo ainda para a situação mudar.
Trump, o bilionário homem de negócios, dominou as pesquisas de opinião durante meses, mas Carson tomou a dianteira recentemente, pegando o primeiro lugar de Trump nas pesquisas em Iowa, aonde as primeiras eleições dos pré-candidatos estado por estado ocorrerão. Trump e Carson não têm carreira na política, mas ambos capitalizaram votos nos sentimentos anti-governo e anti-establishment entre muitos conservadores.
Trump se irritou quando um moderador do debate perguntou se as suas propostas políticas, incluindo a construção de uma muralha ao longo da fronteira dos EUA com o México e a ideia de deportar todos os que estão ilegalmente no país, fazem parte de uma campanha de "história em quadrinhos".
"Essa não foi uma pergunta feita da maneira mais respeitosa, da maneira como você fez", Trump respondeu. Então ele defendeu suas propostas como sensatas.
Carson, um neurocirurgião aposentado de fala mansa, permaneceu no seu estilo discreto e tentou explicar sua proposta vaga sobre impostos, que ele comparou ao dízimo, na qual as famílias doam a mesma quantidade de sua renda para suas igrejas, independente de quanto ganham.
Carson afirmou em um outro debate que alguém que ganha US$ 10 bilhões pagaria US$ 1 bilhão em impostos. No debate da noite de quarta-feira, ele falou sobre a ideia de uma taxa estável de 15%. Os críticos questionaram se o governo ainda conseguiria levantar receita suficiente sob esse tipo de sistema de imposto estável para pagar os programas federais.
O governador de Ohio, John Ksich e o governador de New Jersey, Chris Christie, tentam alavancar mais votos do público conservador, mas precisam se destacar mais do que os outros candidatos.
Alguns pré-candidatos dedicaram o debate para atacar Hillary Clinton, pré-candidata do Partido Democrata, que lidera as pesquisas de opinião.
Rubio afirmou que Hillary e os Democratas têm o maior apoio na corrida eleitoral: " é chamado de a grande mídia".
O pré-candidato declarou que acredita que Hillary "foi exposta como uma mentirosa" na semana passada durante seu depoimento ao Comitê da Câmara dos Representantes que examina os ataques em Benghazi, mas que a mídia transformou seu testemunho em um triunfo.
Outros Republicanos também criticaram a imprensa durante o debate. O senador do Texas, Ted Cruz, afirmou que as perguntas que foram realizadas pelos moderadores do debate da CNBC são injustas e não focam em questões substanciais.
A ex-executiva da HP, Carly Fiorina afirmou que é o "cúmulo da hipocrisia" para Hillary falar sobre ser a primeira mulher presidente dos EUA quando "todas as políticas" que ela apoia "são ruins para as mulheres".
Fiorina afirmou que 92% dos empregos perdidos durante o primeiro mandato do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, eram de mulheres. Já Cruz disse que 3,7 milhões de mulheres foram para a linha da pobreza durante a presidência de Obama. Fonte: Associated Press.