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Funcionários de hospital denunciam falta de materiais, remédios e superlotação em Vila Velha

As condições de trabalho levaram enfermeiros e técnicos a suspender parte dos atendimentos no hospital. Apenas casos de urgência e emergência estão mantidos.

Faltam medicamentos básicos no hospital, segundo trabalhadores Foto: ​Arquivo

Mais de setenta pacientes estão sendo atendidos nos corredores do Hospital Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha. A denúncia foi feita pelos profissionais que trabalham no local. 

As condições de trabalho levaram enfermeiros e técnicos a suspender parte dos atendimentos. De acordo com o diretor de formação do Sindisaúde, Valdecir Gomes, apenas casos de urgência e emergência estão mantidos. 

“Para se ter uma ideia, o soro fisiológico que é básico em qualquer hospital, o de 500 ml não tem."

A dona de casa Delma Nunes acompanha o marido, Ronaldo de Oliveira, que tem 71 anos e está com câncer. Ele está internado há mais de um mês. Ela conta que está indignada com a situação que vê dentro do hospital.  

“Eu estou arrasada, eu não aguento mais. Não vou dizer que estou sendo mal tratada, mas aquilo que precisamos não conseguimos porque tudo o que eu quero é operar ele. Cada dia a gente vê que a situação dele está ficando pior e não é resolvido”.

Além do nome em comum, a dona de casa Delma Costa, também está indignada com as condições precárias no hospital. Ela acompanha um sobrinho que está internado. “A situação está crítica, os corredores, tudo cheio de fora a fora. Não tem um quarto ou um leito para eles ficarem, então está crítico mesmo”.

A paralisação segue até às 19 horas desta terça-feira (11). Mas, o Sindisaúde não descarta a realização de novas suspensões no atendimento. A entidade denuncia as condições à Promotoria Pública de Vila Velha, ao Ministério Público do Trabalho, ao Ministério Público Estadual e a Polícia Civil. 

“Vamos ver se algumas das autoridades constituídas tomem providência para resolver este problema”, disse Valdecir Gomes. 

Por meio de nota, a direção do hospital informou que mantém o diálogo aberto com os trabalhadores, mas que não foi procurada pelo movimento. Acrescentou que todos os serviços estão funcionando e que a população pode procurar a unidade. 

Ainda em nota. informou que as compras são programadas para que não haja desabastecimento, exceto, em algumas situações de não haver fornecedores interessados ou atraso na entrega. A empresa de limpeza, segundo a nota, é terceirizada e feita diariamente no hospital. 

O Ministério Público Estadual informou por meio de nota que instaurou um procedimento para apurar as condições de funcionamento do hospital e, que caso sejam constatadas irregularidades, serão adotadas medidas cabíveis.

Já o Ministério Público do Trabalho informou que solicitou providências à Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). O ofício encaminhado à Sesa pede a comprovação, por meio de documentos, de que a empresa terceirizada responsável pela limpeza, regularizou o ambiente hospitalar. De acordo com o Ministério Público do Trabalho, a Sesa tem até o mês que vem para responder. 

A Sesa informou que a direção do hospital já recebeu o ofício e também já realizou as adequações solicitadas. Informou ainda que, o hospital mantém contrato com prestadora de serviços de limpeza 24 horas e também com empresa de dedetização.

Por fim, a Polícia Civil se limitou a dizer que nenhuma denúncia sobre a situação do hospital chegou na Delegacia Regional de Vila Velha nesta segunda-feira (10).

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