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Chefe da Interpol teria sido levado à China pelo Partido Comunista, diz jornal

Um funcionário da Justiça francesa disse nesta sexta-feira, 5, que o presidente da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), Meng Hongwei, foi dado como desaparecido depois de viajar para a China, país onde nasceu.

O funcionário falou sob a condição de anonimato, por não ter autorização para comentar uma investigação em andamento. Segundo a fonte, a mulher de Meng disse que não tem notícias do marido desde o fim de setembro, quando ele viajou para Lyon, na França, onde fica a sede da Interpol. Meng chegou à China depois disso, mas não houve notícias suas desde então. Ainda não se sabe o motivo pelo qual a mulher de Meng esperou até agora para relatar seu desaparecimento.

O jornal South China Morning Post, de Hong Kong, citou uma fonte anônima segundo a qual Meng teria sido levado pelo Partido Comunista Chinês para ser questionado por "autoridades disciplinares". O termo geralmente descreve investigadores do partido que averiguam corrupção e deslealdade política. Segundo o jornal, Meng teria sido colocado sob investigação assim que chegou à China, na semana passada.

A Interpol emitiu um comunicado, afirmando estar ciente do caso, mas sem fornecer detalhes. "Essa é uma questão para as autoridades competentes da França e da China", disse o texto. Autoridades francesas iniciaram uma investigação.

A Comissão Central de Inspeção Disciplinar, a agência secreta de investigação interna do Partido Comunista, não divulgou em seu site qualquer informação sobre Meng e não pôde ser contatada para comentar o assunto.

Meng tem 64 anos e foi eleito presidente da organização em 2016, para um mandato que vai até 2020. Ele ocupou diversos cargos dentro do establishment de segurança na China e foi vice-ministro de segurança pública.

Como presidente da Interpol, ele lidera o comitê executivo da organização. A administração cotidiana é realizada pelo secretário-geral, Jurgen Stock. (AP)