Caso Gabriela Chermont: "Tem mais tempo de julgamento do que ela teve de vida”, desabafa primo
O julgamento da vítima que aconteceria nesta terça-feira (1) foi adiado pela sexta vez. Gabriela foi encontrada morta após cair de um prédio na Orla de Camburi, no dia 21 de setembro de 1996
Sensação de impunidade. Esse é o sentimento do cirurgião dentista Leonardo Regattieri, primo da jovem Gabriela Chermont. Em 1996, a jovem caiu de um prédio na Orla de Camburi, em Vitória, e morreu. O caso, que se arrasta pela Justiça há 23 anos, seria julgado nesta terça-feira (1), mas foi adiado pela sexta vez. "Tem mais tempo de julgamento do que ela teve de vida”, desabafa o familiar.
O principal suspeito pela morte da jovem é o empresário Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg, que era namorado da vítima na época. O caso aconteceu em um flat da família de Luiz Cláudio. Segundo o primo de Gabriela, eles haviam rompido o namoro.
JULGAMENTO ADIADO
Nesta terça-feira (01), o acusado iria a júri popular. Mas, pela sexta vez, foi adiado. Agora, o julgamento acontece no dia 3 de dezembro. "Dessa vez apareceram com atestado médico de uma testemunha. Um médico, que tem problema de catarata, que é uma cirurgia eletiva, aquela que você escolhe a data e ele escolheu a data do dia 24 (deste mês), às vésperas do julgamento. Conseguiu o atestado de 15 dias e apresentou o atestado hoje (30) à tarde”, contou o primo.
O acusado está solto. Segundo Regattieri, Luiz Cláudio já teve prisão decretada e ficou nove meses foragido, em 1997. "Nada foi alegado na época. Simplesmente deram o habeas corpus. Foram entrando com recurso, que era negado, sempre por unanimidade. Chegou até à instância superior”, contou.
A primeira tentativa de júri popular foi no dia 24 de novembro de 2016. Até essa data, a defesa do réu entrava com recurso para não haver julgamento. Em última instância, em Brasília (DF), a tendência de pronúncia foi "crime hediondo triplamente qualificado", conforme informou o primo de Gabriela.
Antes do adiamento do júri popular que seria nesta terça (1), Leonardo contou que a defesa do réu utilizou um laudo psiquiátrico do acusado. "Era um laudo psiquiátrico de alguém que nunca conheceu a história e resolveu aparecer. Os advogados do réu procuraram alguém para dar o laudo e o juiz aceitou. Por mais que esteja datado um ano e meio antes desse dia em que foi entregue, foi adiado da mesma forma”.