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Capixabas admitem que estão saindo mais e afrouxando as medidas contra a covid-19

A constatação é de uma pesquisa realizada pela Futura, que ouviu 5.200 pessoas com mais de 16 anos, em 11 municípios do Espírito Santo

Foto: TV Vitória

Após mais de sete meses de pandemia, o capixaba admite que está saindo mais de casa e relaxando em relação às medidas de segurança que tomava no início da quarentena. A constatação é de uma pesquisa realizada pela Futura, que ouviu 5.200 pessoas com mais de 16 anos, em 11 municípios do Espírito Santo.

O levantamento apontou que 47,4% dos entrevistados informaram que estão mais tranquilos e saindo mais vezes do que no início da pandemia. Outros 31,9% declararam que estão fazendo o isolamento com o mesmo rigor do início da quarentena e 19,9% disseram que a pandemia não alterou sua rotina em nada.

"O problema hoje é o próprio ser humano, a consciência do ser humano. Porque quem afrouxa hoje não é o poder público. É o ser humano que acaba afrouxando", opinou o esteticista Eduardo Oliveira.

O curioso da pesquisa é que, ao mesmo tempo em que a maioria admite ter afrouxado as medidas de prevenção contra o coronavírus, 48,1% dos entrevistados afirmaram que acreditam que a situação vai continuar do jeito que está até surgir uma vacina para a cura da covid-19. Além disso, 24,1% acreditam que a situação vai piorar ainda mais. Somente 24,5%, ou seja, menos de um quarto da população acredita que o pior já passou.

"Foi uma pandemia bastante politizada, em que as percepções acerca da difusão da doença, dos efeitos da doença, estiveram muito atreladas a percepções políticas, a impressões de atores do campo da política", destacou a especialista em política Gabriela Cuzzuol.

A pesquisa também mediu a percepção do capixaba em relação à atuação do governo do Estado frente à pandemia. Para 42,2% dos entrevistados, o Executivo estadual tem atuado, mas não com rigor para combater o coronavírus. Outros 14,2% acham que o governo não tem atuado de forma alguma para combater a covid-19 e 38% dizem que ele tem atuado de forma rigorosa contra a pandemia.

"Eu não vi o governo do Estado agindo de maneira a coibir aglomerações, no sentido de aplicar multa, igual a gente está vendo em outros lugares, apesar de ter visto algumas vezes ações da Guarda Municipal pedindo para as pessoas se desaglomerarem. Mas isso foi mais no início da pandemia", afirmou o advogado Rodrigo Bandeira de Melo.

"O capixaba reconheceu sim [a atuação do governo], porém, conforme a pesquisa revela, poderia — de acordo com a percepção das pessoas, sem fazer nenhum juízo de valor — ter atuado de maneira mais rigorosa", acrescentou Gabriela Cuzzuol.

O capixaba também comparou o Espírito Santo a outros estados brasileiros. De acordo com a pesquisa, mais da metade dos entrevistados (50,3%) disse que estamos em melhor situação em relação à pandemia. Para 36,7%, a situação do Espírito Santo é igual à dos outros estados e apenas 8,8% acham que vivemos uma situação pior em comparação ao resto do país.

"Nós andamos pelas ruas e vemos a situação cada vez mais próxima da normalidade — se é que podemos usar esse termo 'normalidade'. O que nós vemos no dia a dia é uma situação cada vez mais próxima ao período anterior à pandemia ou a um período em que não se configura uma doença contagiosa. Então é natural que as pessoas tenham esse tipo de percepção", avaliou a especialista.

A Futura reuniu dados das 11 pesquisas realizadas na Grande Vitória e nos municípios do interior com maior representatividade, entre os dias 2 e 16 de outubro. A margem de erro é de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos e a confiabilidade é de 95%.

Com informações da jornalista Andressa Missio, da TV Vitória/Record TV

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