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Alunos da rede municipal de Vitória e da rede estadual voltam à sala de aula sem revezamento

No início do mês, o governo do Estado determinou o fim do revezamento entre os estudantes. Na Grande Vitória, apenas a Capital aderiu

Foto: Agência Brasil

As escolas estaduais retornaram nesta semana com as aulas totalmente presenciais, sem o revezamento entre os estudantes. Na rede municipal da Grande Vitória, apenas a Capital optou pelo fim do rodízio e retorno, nesta quarta-feira (13), 100% ao presencial.

Para alguns alunos como a Layza Vitória de Oliveira, de 16 anos, a medida é positiva. A jovem acredita que o desempenho na aulas presenciais é melhor do que nas digitais. 

"Eu acho que o fim do revezamento foi bom, porque assim a gente consegue aprender melhor. Em casa era ruim. A gente precisa do afeto e do carinho dos professores", afirmou.

Em uma escola estadual do bairro Mário Cyprestes, em Vitória, cerca de 85% dos 1.180 alunos matriculados retornam ao ensino presencial nesta semana. O diretor da escola, Reneri de Melo, destacou que o maior desafio dos educadores neste momento é mobilizar os estudantes a voltar a adaptar a rotina das aulas presenciais. 

"O maior desafio que enfrentamos no início foi chamá-los de volta para a sala de aula. Com a pandemia, muitos se acostumaram a estudar do lar, outras iniciaram no mercado de trabalho para ajudar em casa. Eles estão tendo que se readaptar para voltar a prioridade, que é estar dentro da escola", destacou. 

No início do mês, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, determinou que todos os alunos da rede estadual voltassem ao ensino presencial, sem o rodízio com as aulas à distância. A medida começou a valer na última segunda-feira (11). 

O secretário Estadual de Educação, Vitor de Ângelo, explicou que, com a medida, o distanciamento volta a ser o mesmo antes da pandemia. 

"Do ponto de vista técnico, a medida significa reduzir o distanciamento entre os estudantes, que era de 1,5m neste período de pandemia, e voltará para a metragem anterior estabelecida pela resolução do Conselho Estadual de Educação, que é de 1,2m", explicou.

O governo recomendou que a rede municipal e as escolas particulares adotassem a mesma norma. No entanto, cada prefeitura e unidade da rede privada tem autonomia para definir se vão encerrar ou não o revezamento entre os alunos.

Na rede privada, o presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), Moacir Lellis, disse que o sindicato orienta as escolas particulares a adotarem a mesma medida.

Já na rede municipal da Grande Vitória, Cariacica e Serra afirmaram que, por enquanto, não vão suspender o rodízio. A Secretaria Municipal de Educação de Vila Velha informou que as aulas seguem em sistema híbrido, com o revezamento semanal. Por enquanto, não há previsão do retorno total do presencial. Já Viana disse que ainda está analisando o fim do revezamento entre os estudantes. 

Apenas Vitória optou pela volta das aulas totalmente presenciais. Na Capital, o retorno sem revezamento começou nesta quarta-feira (13). Segundo a secretária de Educação do município, Juliana Rohsner, o retorno será feito por etapas, começando pelos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

"Nós estamos voltando com os jovens e adultos e, a partir da próxima segunda-feira (18), com os CMEIs e com as EMEFs sem revezamento. É claro que a escola tem um papel educacional, mas em um país desigual, a escola também é um lugar de segurança nutricional e proteção física. Por isso, retornar é um compromisso importante", disse.  

Segundo a secretaria, o retorno não é obrigatório. Caso as famílias decidam não enviar os filhos, os alunos podem ser atendidos pelo ensino remoto emergencial por meio da plataforma AprendeVix e outros recursos tecnológicos utilizados pelas unidades de ensino ou ainda pelos roteiros de estudo impressos.

Vitória tem, atualmente, 41.694 alunos matriculados. De acordo com a secretaria, durante o sistema de rodízio, 90% dos estudantes voltou ao ensino presencial. Juliana destacou que, para que o retorno seja positivo, todos devem fazer a sua parte.

"Nenhuma criança e nem um profissional podem ir para escola com sintoma gripal. As crianças, os estudantes e os profissionais já sabem que é preciso usar a máscara, que é preciso fazer a higienização das mãos. Agora, temos que intensificar o autocuidado”, destacou. 

*Com informações do repórter Lucas Pisa, da TV Vitória/Record TV. 

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