CREA fiscaliza Mercado na Vila Rubim e vai apresentar laudo sobre riscos na próxima semana
Associação de comerciantes espera que fiscalização do Conselho de Engenharia ponha um fim ao impasse entre laudos das Defesas Civis estadual e municipal
Comerciantes e clientes estão preocupados com as condições do prédio onde funciona o Mercado de Peixes da Vila Rubim, em Vitória.
Nesta quinta-feira (21), o CREA-ES (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Espírito Santo) foi até o local para realizar uma fiscalização sobre possíveis riscos de colapso estrutural e desabamento.
Segundo o conselho, as vistorias foram necessárias depois do pedido de interdição feito pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que recomendou a remoção imediata dos trabalhadores do local e obras de reforma na estrutura do edifício.
Porém, laudos da Defesa Civil Estadual e da Defesa Civil Municipal divergem das condições do imóvel. Enquanto a perícia técnica estadual - laudo no qual o Folha Vitória teve acesso - apontou que a estrutura pode desabar a qualquer momento, o estudo feito pela equipe multidisciplinar da Prefeitura de Vitória descartou essa possibilidade.
Os levantamentos feitos pelo CREA, a partir de uma equipe multidisciplinar formada por engenheiros civis, eletricistas e mecânicos serão apresentados e discutidos com a Prefeitura de Vitória na próxima terça-feira (26).
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Segundo José Maria Cola dos Santos, engenheiro civil do CREA que participou da vistoria, as equipes irão analisar evidências que podem apresentar riscos como deslocamento da obra, presença de trincas, quedas de materiais e outros. Ainda não dá para afirmar se há algum risco.
"Não queremos nos precipitar com as informações. Não tem nada dizendo que o prédio está em colapso, pois as estruturas de concreto são muito robustas. O que observo aqui é falta de manutenção e acompanhamento de obra", relatou, numa primeira análise.
Durante a vistoria dos fiscais no prédio comercial foi detectado que obras foram feitas em algumas áreas da peixaria. De acordo com o engenheiro, essas modificações só podem ser feitas mediante alvará prévio da Prefeitura de Vitória.
Associação de comerciantes pede obras para eliminar infiltração e goteiras no prédio
Os comerciantes que trabalham com a venda de peixes e mariscos estão preocupados com a situação do prédio e com as discordâncias entre as Defesas Civis estadual e municipal. De acordo com Mário José de Almeida, presidente da Associação do Comércio de Pescados e Mariscos do Mercado da Vila Rubim, o mais urgente é trabalhar o problema da infiltração e de constantes goteiras num dos corredores do imóvel.
"Esperamos que a análise do CREA-ES venha esclarecer e trazer algum consenso já que os laudos do Estado e da Prefeitura apontam condições diferentes. Mas o que a gente reivindica, de imediato, é a eliminação das goteiras. Pedimos que se faça o quanto antes a remoção do teto de PVC para detectar de onde vem esse vazamento, vindo de algum cano estourado nos pavimentos superiores", apontou.
Ele contabiliza, atualmente, 44 bancas de pescados e mariscos. O local é tradicional no dia a dia da cidade para quem busca peixes não somente para o consumo doméstico, mas também para restaurantes.
"É um mercado de 500 metros quadrados que faz parte da história da cidade e deve ser preservado. Essa história de risco de desabamento tem deixado as pessoas apreensivas. O que queremos é que haja logo um esclarecimento porque tanto a sociedade, os clientes que frequentam o mercado, quanto o turismo da capital merecem uma resposta", reforçou.
