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Atenção, pais! Saibam como lidar com a reprovação de ano

Especialista em Educação alerta que o acompanhamento dos pais é fundamental para evitar que o filho repita a mesma série no ano letivo seguinte

Pais, alunos e escola são responsáveis quando o assunto é reprovação - Foto: Divulgação

A repetência é um choque para os pais, mas isso pode acontecer em qualquer família: a cada 10 alunos do Ensino Fundamental, um repete de ano. Receber a notícia de que o filho pode ter que repetir todo o ano letivo é péssimo, mas não é o fim do mundo. Gritar, bater ou se desesperar também não é a solução mais ideal. Nessa hora, é preciso parar, respirar e analisar a situação por ângulos diferentes.

Será que o aluno nunca expressou suas dificuldades? Ou a escola não alertou para o mau desempenho? Ou os pais nunca participaram das reuniões escolares? Aluno, escola e família. É preciso refletir sobre a responsabilidade de cada um desses para identificar o que precisa mudar.

A responsabilidade dos pais

Tão importante quanto prover comida e cuidar da saúde, acompanhar de perto a vida escolar do filho é uma responsabilidade da qual os pais não podem fugir. É muito importante frequentar as reuniões escolares, conversar sobre o que a criança está aprendendo, olhar a lição. Isso transmite ao filho uma mensagem de interesse e valorização do aprendizado.
 
Para a professora e Doutoranda em Educação Sara Rozinda dos Passos, o acompanhamento dos pais é peça-chave para evitar a reprovação e o pisca-alerta começa ao receber a primeira nota vermelha. “O acompanhamento não pode vir com grito, senão a criança esconde o mau desempenho. A primeira coisa é saber o que está dando errado e isso só será possível conversando com a equipe pedagógica e com o filho. Hoje em dia os pais trabalham demais e isso dificulta acompanhar a rotina do filho. No entanto, a família é fundamental nesse processo, não podemos deixar toda a responsabilidade com a escola”, ressalta.

Diante de uma dificuldade educacional, Sara recomenda buscar ajuda para o aluno, mas desde que ela esteja apta para o nível do estudante. “Se a criança está com dificuldade em Matemática no quarto Ano do Ensino Fundamental não adianta contratar um professor de Ensino Médio. É como se ela precisasse de uma aspirina e tratássemos com antibiótico. É preciso respeitar a idade e a maturidade da criança”, alerta. 

E se tudo indica que o filho vai reprovar, mais do que deixar sem presente ou proibir o computador, é importante reorganizar os hábitos domésticos e estipular uma rotina com horários definidos para comer, dormir, fazer lição e se divertir, para que ele não sinta raiva dos estudos. Em uma força-tarefa, o monstro da reprovação pode passar longe e a criança seguir o fluxo normal dos estudos.

A responsabilidade do aluno

Em alguns – ou muitos – casos, as dificuldades escolares estão associadas a situações de sofrimento emocional, como separação dos pais, problemas dentro de casa ou sensação de abandono. Conversar com a criança sobre o que ela está pensando ou sentindo faz com que ela se veja apoiada e confiante para lidar com esses conflitos. Se for o caso, uma ajuda terapêutica ou psicológica pode ser uma aliada nesse processo.

A responsabilidade da escola

Infelizmente, algumas escolas não ajudam os alunos com dificuldade porque acabam focando naqueles com alto desempenho, criando um ambiente competitivo e prejudicando a criança que já traz um déficit de conhecimento ou precisa de mais estímulos para aprender. Sem o apoio de atividades complementares e programas paralelos de recuperação, a defasagem no aprendizado aumenta em relação ao restante da turma. Por isso, uma conversa com a equipe pedagógica pode ser esclarecedora e motivadora, tanto para os pais quanto para o aluno. O professor também precisa estar atento se está acontecendo bullying na escola. Crianças mais tímidas vítimas dessa prática participam cada vez menos das atividades, o que piora ainda mais seu desempenho. Nunca é demais lembrar que a  melhor escola é aquela onde a criança aprende e se sente feliz.

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