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Babá ou creche: o que é melhor para a criança?

Seja em casa ou na creche, é importante respeitar a idade mental da criança para o aprendizado e valorizar a interação com os novos coleguinhas

Às vezes é preciso experimentar, saber se a criança vai se adaptar - Foto: Divulgação

Chegou a hora de voltar ao trabalho, e quem vai cuidar do bebê agora? Esse dilema está presente na vida de toda mãe que também tem uma vida profissional para cuidar. E independente da função, escolher a pessoa que vai cuidar do seu filho não é uma tarefa fácil. Muitas mulheres acabam abandonando seus empregos para dedicarem-se exclusivamente aos filhos. Outras têm o privilégio de poder contar com os pais no cuidado e na educação dos pequenos. É o caso da assistente de Departamento Pessoal Danielle Caiado Cravo, mãe da Maria Julia, de um ano e meio. 

“Prefiro deixar com meus pais, pois tenho o privilégio de os dois estarem em casa para me ajudar. Sei que é necessidade das mães deixarem na creche, então graças a Deus tenho o privilégio de ter meus pais. Minha filha vai ficar com eles até completar três anos”.
 
Mas quem não pode seguir esse caminho, ficam duas opções: creche ou babá. A escolha entre os dois é bastante pessoal e precisa levar em conta o que será melhor para o desenvolvimento da criança. 

A nutricionista Lorena Cruz Bucher achou melhor deixar sua filha, a pequena Maria, hoje com cinco meses, com a babá. Para ela, a creche expõe a saúde de crianças com menos de um ano. “Dependendo da idade do bebê, acho que a creche hiperestimula os bebês e os colocam em contato com diferentes vírus e patologias. Raros os bebês que conheci que não tiveram incontáveis problemas de saúde pós-creche. Uma babá você orienta a forma de tratar, de educar, de brincar, etc”. 

Já a assistente social Cristina Caetano pensa o contrário. Ela achou melhor deixar o Paulo Henrique, de dois anos e cinco meses, na creche. Cristina até considerou contratar uma babá, mas na creche, segundo ela, há maior socialização entre o filho e outras crianças, além do fator econômico. “Lá também podemos ter maior controle das atividades diárias, segurança física e psicológica da criança. A questão financeira influenciou muito também, porque a contratação de cuidadoras tem um custo bem elevado”.

Há, ainda, aquelas que optam pelos dois caminhos, ou seja, babá e creche. Esse é o caso da jornalista Carolina Moura Sá, mãe de Valentina, de um ano e seis meses. De manhã, a menina fica com a babá, e à tarde vai para a creche. “Eu e meu marido decidimos fazer assim porque consideramos que seria o melhor para a Valentina. E embora financeiramente essa escolha fique mais pesada, o bem-estar de nossa filha é mais importante. A creche dá independência e socialização que dentro de casa ela não teria. Por outro lado, com a Rosa (babá) ela não perde a referência de casa, das coisinhas dela. Isso sem falar que a Rosa cuida da minha filha com carinho de mãe. Isso me dá muita segurança e tranquilidade para sair todos os dias e ir trabalhar”.

O que levar em conta

Escolher entre pais, babá ou creche não precisa ser uma decisão sem volta. Às vezes é preciso experimentar, saber se a criança vai se adaptar, se os pais podem ficar tranquilos. O que funcionou com um filho pode não ter a mesma eficiência com o outro.

Babás possuem suas vantagens, como a praticidade de a criança ficar em sua casa, num ambiente familiar, com seus brinquedos, a exclusividade do cuidado e a prevenção de algumas doenças transmitidas por outras crianças. Por outro lado, é preciso que ela seja de extrema confiança e o custo com essa profissional aumentou recentemente por causa da Pec das Domésticas. 

Escolas trazem a interação entre as crianças, a experiência de um corpo pedagógico preparado para o Ensino Infantil e o compromisso de uma instituição legalmente responsável pelo seu filho. Mas o risco de transmissão de doenças existe, sim, além da atenção dos professores que precisa ser dividida entre os alunos e os horários, que nem sempre são flexíveis.

Equilíbrio

Seja na escola ou em casa, com a babá, o Especialista em Educação Edebrande Cavalieri lembra algo importante: é preciso respeitar a idade biológica e intelectual da criança. 

“É possivel ter um desenvolvimento sadio tanto dentro de casa quanto na creche, mas se não tomar cuidado, tanto um lugar quanto o outro se torna prejudicial. Não adianta ter uma babá se a criança fica diante de computador, televisão ou outros aparelhos tecnológicos. É preciso que ela interaja com outras crianaças, brinque no playgroud. O desenvolvimento psicosocial é fundamental e só é possível covivendo com outras crianças e não fechado em casa ou em aulas abstratas. Colocar numa creche para já começar a estudar uma coisa fora da sua realidade, antecipando etapas do desenvolvimento intelectual em detrimento do desenvolvimento físico também não é certo. É preciso respeitar idade biológica e idade mental das crianças”, explica o especialista.

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