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Produção de cacau no Estado cai pela metade e chocolate pode ficar ameaçado

O cacau no mundo está diminuindo, aqui no Estado os produtores da fruta sofrem com a praga vassoura de bruxa, que já fez cair quase pela metade a produção.

Alerta geral! Duas fabricantes mundiais de chocolate, a Mars e Barry Callebaut, fizeram um anúncio de que o sonho de consumo de muitos capixabas pode acabar nos próximos anos. A demanda por cacau é muito maior do que a produção no mundo e já causa uma certa preocupação nos "chocólatras".

No Espírito Santo, a produção caiu quase pela metade. Em 2011 foram produzidas 8.1 mil toneladas de cacau, ano passado essa produção caiu para 4.7 mil toneladas. 

O Estado inclusive chegou a produzir na década de 90 mais de 12 mil toneladas da fruta. O que afeta a produção aqui, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), é a praga conhecida como vassoura de bruxa, que é impossível de manejar, levando ao corte total da planta.

A produção mundial do cacau não consegue acompanhar a demanda devido aos fatores climáticos. Os países da África, maiores produtores do mundo, estão tendo sérios problemas para abastecer as indústrias mundiais do produto.

Para o ano de 2020, fala-se de um déficit de um milhão de toneladas da fruta, informou o diretor executivo da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira do Espírito Santo (Ceplac), Eupidio Francisco Neto. 

“As pessoas estão exagerando, não vai acabar o chocolate, o que vai acontecer é o aumento do produto final. As indústrias vão sofrer, com parques montados para moer uma quantidade de cacau que não vai existir”, minimizou Eupidio.

Aqui a produção desse ano deve aumentar um pouco, chegando a cinco mil toneladas. Um programa estadual está distribuindo mudas para os produtores do estado que são resistentes a praga vassoura de bruxa. 

Pesquisadores começam a estudar alternativas para suprir a carência dos chocolates. Um grupo de pesquisa agronômica da África Central está desenvolvendo árvores capazes de produzir até sete vezes mais cacau do que as plantas tradicionais. 

Mas o aumento na eficiência pode prejudicar o sabor. Há tentativas em andamento para tornar o chocolate barato e abundante – e, nesse processo, o doce acaba ficando tão sem sabor quanto tomates comprados nas lojas de hoje. Ainda não se sabe se o consumidor vai se queixar do sabor mais fraco se isso mantiver os preços baixos. E a indústria não vai se importar com isso, desde que o risco de uma grande escassez seja completamente descartado.

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