Atual gestão do Enem é um pesadelo, diz ex-ministro Mercadante
Brasília - O ex-ministro da Educação da presidente Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante, rebateu nesta quinta-feira, 3, críticas de auxiliares do governo de Michel Temer que citaram que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi "um dos piores pesadelos" enfrentados pela gestão do ministro petista. "Pesadelo é o que a atual gestão do Ministério da Educação tem feito com o Enem, com desmonte da equipe técnica e falta de planejamento e gestão, gerando insegurança para milhões de participantes do exame", afirmou o ex-ministro, em nota enviada à reportagem.
Conforme nota publicada nesta quinta pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, diante do clima de animosidade e do avanço das ocupações de instituições de ensino em várias regiões do País, integrantes da cúpula do governo já ensaiam um recuo e não descartam substituir a Medida Provisória do Ensino Médio por um Projeto de Lei (PL). A mudança estudada não ocorreria agora, mas no início do próximo ano. Na avaliação de integrantes do governo, o atual ministro, Mendonça Filho, tem até se saído bem nas discussões sobre o tema, mas ficará em uma "situação crítica" caso as ocupações dos estudantes afetem de forma mais ampla a realização do Enem.
Na nota, Mercadante diz ainda que o "DEM e o PSDB sempre criticaram e combateram o Enem". "A atual equipe do Ministério da Educação já disse, inclusive publicamente, que vai acabar com a concepção atual do Enem em dois anos", afirma.
O ex-ministro de Dilma disse ainda que as edições do Enem realizadas durante sua gestão - 2012, 2013 e 2015 - ocorreram sem nenhum problema. "A gestão de Mercadante aprimorou o processo de realização do Enem, com a implementação de ações como: planejamento estratégico, melhoria na segurança, pontos de controle, treinamentos e redução de custos", escreveu. "Estas, dentre outras ações, é que possibilitaram a realização do exame nas atuais dimensões. Além disso, ajudaram a consolidar o Enem como caminho de oportunidades para o acesso ao ensino superior no Brasil", completou.