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Economia capixaba ainda no prejuízo um ano após chegada da lama no Espírito Santo

Série da TV Vitória mostra os impactos da paralisação da mineradora após o desastre de Mariana, como a queda do PIB capixaba de R$ 48 milhões em 2015 para R$ 8 milhões em 2016

Retomada das atividades da Samarco são necessárias para a retomada da economia do Sul do ES Foto: TV Vitória

O terceiro episódio da série que retrata a realidade do Estado um ano após a chegada da lama de rejeitos da barragem de Fundão ao Espírito Santo mostra os impactos da tragédia na economia. Logo após o rompimento da barragem, a Samarco paralisou as atividades em Minas Gerais e também no Espírito Santo. A empresa contava com três mil funcionários nos dois estados. 

Em território capixaba estão as duas unidades operacionais da mineradora e ambas deixaram de operar desde o incidente. Fora de operação, a Samarco concedeu licença remunerada de um mês para todos os trabalhadores. Em junho deste ano, sindicatos e a empresa acordaram um plano de demissões voluntárias.

Em Ubu, Sul do Litoral capixaba, está instalada a unidade de pelotização da Samarco. O balneário recebia, por meio de três minerodutos de 400 km, o minério de ferro extraído em Minas Gerais, que passava por 29 municípios. Com a paralisação da empresa, 455 funcionários capixabas aderiram ao plano de demissão voluntária.

Nesse cenário de incertezas e paralisações, as economias do Estado e, principalmente, do município de Anchieta ficaram duramente comprometidas. Segundo a prefeitura, a mineradora era responsável por 80% da arrecadação do Imposto Sobre Serviços. Em 2015 foram arrecadados mais de R$ 48 milhões com o imposto. Para 2016, o valor projetado de arrecadação despencou para R$ 8 milhões, ou seja, seis vezes menos. 

“Os números apurados do PIB capixaba até agora já demonstram uma queda significativa decorrente dessa paralisação. Evidentemente que assim que houver a retomada das atividades da empresa, a gente tem essa expectativa para o próximo ano, essa perspectiva irá se reverter e vamos ter a recuperação do Produto Interno Bruno do Estado” disse o secretário estadual de Desenvolvimento, José Eduardo Faria de Azevedo.

Com a Samarco parada, muitos negócios giravam em torno das operações da mineradora na região também foram prejudicados. Pela cidade, vários pontos comerciais fecharam as portas. 

Empresário há 36 anos do ramo de cargas e terraplanagem, José da Costa Lima teve os três contratos suspensos logo após o desastre e precisou demitir 100 dos seus 130 funcionários. “A pior parte foi ter de mandar embora tantos funcionários especializados, bons profissionais e pais de família”, lamentou José.

Por nota, a assessoria do município de Anchieta defende a retomada das operações da mineradora. Também por nota, a Samarco informou que tem expectativa de voltar a operar em breve.

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