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Obama e Putin falam sobre Síria e Ucrânia antes de cúpula no Peru

Redação Folha Vitória

Lima - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou brevemente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a Síria e a Ucrânia neste domingo, antes do começo de cúpula econômica no Peru, na primeira conversa oficial entre os dois desde que Donald Trump foi eleito o próximo presidente dos EUA.

Os dois líderes foram vistos conversando no início da sessão de abertura da Cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico em Lima. Eles se reuniram brevemente junto com assessores antes de apertar as mãos e, em seguida, tomar seus lugares ao redor de uma mesa. A Casa Branca disse que a conversa durou quatro minutos.

Embora os repórteres presentes não tenham conseguido ouvir o que eles falaram, a Casa Branca afirmou que Obama encorajou Putin a manter os compromissos de seu país sob o acordo de Minsk, com o objetivo de acabar com o conflito na Ucrânia. A Casa Branca disse ainda que Obama pediu que o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, continuem trabalhando em iniciativas com outros países para reduzir a violência e aliviar o sofrimento na Síria.

A curta interação ocorreu em meio a intensas especulações e preocupações de que a eleição de Trump poderia significar uma aproximação mais conciliatória entre EUA e Rússia. Sob a égide de Obama, os EUA impuseram severas sanções contra a Rússia por seu comportamento agressivo na Ucrânia e buscaram sem sucesso persuadir Moscou a parar de intervir na guerra civil da Síria apoiando o presidente do país, Bashar Assad.

Trump e Putin já sinalizaram que podem buscar uma relação menos antagônica depois que o presidente eleito assumir o cargo em janeiro. Em um telefonema pouco depois da vitória de Trump, Putin o parabenizou e expressou prontidão para "um diálogo de parceria", segundo o Kremlin.

A reunião ocorreu quando Obama se preparava para conversas separadas planejadas com os líderes da Austrália e do Canadá antes de concluir a última viagem ao exterior de sua Presidência. Ambos os países ajudaram a negociar um acordo comercial multinacional com os Estados Unidos e outros nove países do Pacífico. Mas é improvável que o Congresso dos EUA ratifique o acordo, causando um duro golpe às esperanças de Obama de fazer com que o acordo se tornasse parte de seu legado presidencial. Trump diz que acordos comerciais podem prejudicar os trabalhadores norte-americanos, e ele se opõe ao Acordo de Associação Transpacífico (TPP).

Além de participar de reuniões no domingo com outros líderes mundiais presentes no Fórum Econômico Ásia-Pacífico anual que ocorre na capital do Peru, Obama conversaria primeiro com o primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, um aliado dos EUA e parceiro no TPP. O presidente também planejava falar com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, cujo país é outro parceiro do acordo.

A eleição de Trump ofuscou todas as paradas na viagem de Obama. O presidente fez grandes esforços para defender Trump, criticado por ele durante a campanha por não ser qualificado para ser presidente dos EUA. "Eu acho que será importante para as pessoas ao redor do mundo não realizarem julgamentos imediatos, mas dar a este novo presidente eleito uma chance de reunir sua equipe, examinar as questões, determinar quais serão suas políticas", disse Obama, em resposta a uma pergunta sobre Trump durante fórum neste sábado com alguns dos futuros líderes da América Latina. "Como eu sempre disse, como você faz a campanha não é sempre a mesma forma como você governa", acrescentou. Fonte: Associated Press.

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