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Governo do ES vai se reunir com sindicatos e Ministério Público para avaliar abertura de escolas em municípios de Risco Moderado

Com o novo Mapa de Risco, escolas de Vitória, Cariacica e Viana, terão atividades presenciais suspensas nesta semana

Thaiz Blunck

Redação Folha Vitória
Foto: Pixabay

Na próxima terça-feira (24), o governo do Estado vai se reunir, às 17h, com o Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Estado do Espírito Santo (Sinepe-ES), além do Sinpro-ES, Sindiupes, Sindipúblicos e Ministério Público, para discutir sobre a suspensão das aulas presenciais em municípios classificados como Risco Moderado para a transmissão do novo coronavírus. 

No novo Mapa de Risco, divulgado pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, na última sexta-feira (20), os municípios de Vitória, Cariacica, Viana, Ecoporanga e Barra de São Francisco, saem do Risco Baixo para o Moderado, o que, de acordo com regra atual, impede a realização de atividades presenciais nas instituições de ensino da educação básica. 

Em entrevista ao jornal online Folha Vitória na noite deste domingo (22), o secretário de Estado da Educação, Vitor de Ângelo, explicou que a reunião técnica tem como objetivo a formação de um consenso a respeito da dinâmica de abertura e fechamento das escolas que acontece desde o início da pandemia. 

"Na sexta-feira o governador anunciou o fechamento das escolas em municípios classificados como risco moderado porque é a regra que está valendo ainda. Desde o início das aulas, esse sistema de abertura e fechamento já vinha acontecendo em municípios que passaram do baixo para moderado. Em muitos casos, as escolas fecharam em uma semana e reabriram na outra. A reunião é técnica e, provavelmente, o que vai acontecer é uma exposição dos dados técnicos por parte da Secretaria de Saúde e, a partir disso, a formação de um consenso a respeito dessas regras. Temos seguido essa dinâmica porque é a adotada desde o inicio da pandemia, mas muitas coisas mudaram desde o inicio", disse o secretário. 

No dia 13 de novembro, quando eu participei de uma coletiva com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, já havia dito que nas semanas seguintes deveríamos discutir as regras de abertura e fechamento das escolas. Dados mostravam que escolas, assim como suspeitávamos a partir de experiências internacionais, não eram um vetor de contaminação do coronavírus. Desse modo, se não era um vetor, não havia motivo para ser fechada", enfatizou. 

Sobre a carreata contra as suspensão das aulas presenciais, que aconteceu na manhã deste domingo (22), em Vitória, o secretário afirmou que vê a manifestação como uma 'força positiva'. 

Foto: Lucas Salazar

"A carreata, de certa maneira, expressa o que já venho falando. A escola é muito importante, independente do tempo que ela fica aberta. Nós não temos uma métrica para dizer que 2 meses é pouco tempo pra escola ser importante. Ela é importante sempre. Então essa manifestação mostra uma confiança por parte daqueles que antes, talvez, tinham medo. As pessoas puderam ver que a escola constitui um dos lugares mais seguros, então eu não vejo esse ato como uma contestação. Vejo como uma força positiva que vem somar-se à esse entendimento de que a escola é importante e, havendo segurança, ela merece ser aberta."

Expectativa do Sindicato das Escolas Particulares

A expectativa do presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), Moacir Lellis, em torno da reunião, é de que o governo apresente uma solução, de modo que os alunos não sejam prejudicados.  

"A nossa expectativa é que seja dada uma solução para o problema que foi criado. Geramos um transtorno para as famílias. Imagina amanhã, como esses pais vão fazer com os filhos, já que as aulas estão suspensas? Estamos interrompendo a transmissão do conhecimento para as crianças, para o jovem que vai fazer o Enem, por exemplo. Estava tudo programado e, de repente, o ciclo é interrompido. Nós esperamos que o governo, na pessoa do secretário de Educação, que sempre foi parceiro nosso, junto com o governador do Estado, reconheça que foi um equívoco, porque não tem lugar mais seguro do que a escola", afirmou. 

O presidente do Sinepe-ES destacou que as escolas particulares estão seguindo um protocolo de biossegurança e contam, ainda, com fiscalização das vigilâncias sanitárias de cada município. 

"Para abrir, fizemos investimento em um protocolo de biossegurança, as escolas estão seguindo à risca esse protocolo e as vigilâncias sanitárias dos municípios estão fiscalizando para saber se elas estão cumprindo. O risco de transmissão é baixíssimo. Espero que o governo reconheça que é necessário que as escolas funcionem, as crianças  precisam socializar. A OMS recomenda que não se suspenda as aulas, temos o caso da França, que as escolas não fecharam, na Inglaterra, na Irlanda, porque já viram que o risco de transmissão é muito baixo."

Suspensão das aulas

A decisão de suspender as aulas nas escolas públicas e privadas de cinco municípios nesta semana, foi baseada nas mudanças no Mapa de Risco da covid-19. O decreto, no entanto, só vale para o ensino básico. Sendo assim, as aulas presenciais podem continuar em faculdades e cursos técnicos dos municípios. 

Com a nova classificação, Vitória, Cariacica, Viana e Barra de São Francisco migraram para o Risco Moderado. Ecoporanga já estava nessa situação e permanecerá a partir desta segunda-feira (23). Segundo os protocolos sanitários estabelecidos pelas secretarias de Saúde e de Educação, as aulas presenciais estão autorizadas apenas em municípios de Risco Baixo. 

CLASSIFICAÇÃO DOS MUNICÍPIOS

RISCO MODERADO: Vitória, Cariacica, Viana, Barra de São Francisco e Ecoporanga,

RISCO BAIXO: Afonso Cláudio, Água Doce do Norte, Águia Branca, Alegre, Alfredo Chaves, Alto Rio Novo, Anchieta, Apiacá, Aracruz, Atílio Vivácqua, Baixo Guandu, Boa Esperança, Bom Jesus do Norte, Brejetuba, Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Colatina, Conceição da Barra, Conceição do Castelo, Divino de São Lourenço, Domingos Martins, Dores do Rio Preto, Fundão, Guaçuí, Guarapari, Ibatiba, Ibiraçu, Ibitirama, Iconha, Irupi, Itaguaçu, Itapemirim, Itarana, Iúna, Jaguaré, Jerônimo Monteiro, João Neiva, Laranja da Terra, Linhares, Mantenópolis, Marataízes, Marechal Floriano, Marilândia, Mimoso do Sul, Montanha, Mucurici, Muniz Freire, Muqui, Nova Venécia, Pancas, Pedro Canário, Pinheiros, Piúma, Ponto Belo, Presidente Kennedy, Rio Bananal, Rio Novo do Sul, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa, São Domingos do Norte, São Gabriel da Palha, São José do Calçado, São Mateus, São Roque do Canaã, Serra, Sooretama, Vargem Alta, Venda Nova do Imigrante, Vila Pavão, Vila Valério e Vila Velha.

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