ES tem alta demanda por profissionais com formação técnica
Logística e transporte, construção, metalmecânica, eletroeletrônica e tecnologia da informação são as áreas com mais oportunidades
Para quem deseja se qualificar para o mercado de trabalho de forma mais rápida e barata e ainda com a possibilidade de ganhar mais, o Ensino Técnico é a oportunidade ideal. A demanda por profissionais com formação técnica é grande, com muitas possibilidades para quem a tem.
Para se ter uma ideia, o Brasil precisará qualificar 9,6 milhões de trabalhadores para ocupações industriais até 2025, em formação continuada e inicial, segundo dados do Mapa do Trabalho 2022-2025, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
No Espírito Santo, esse número é de 170 mil, sendo que, destes, 140 mil já têm uma formação ou estão inseridos no mercado de trabalho. As outras 39 mil pessoas precisam minimamente de formação inicial. Especificamente falando de formação inicial técnica, a demanda é de 5,5 mil pessoas no Estado até 2025.
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Entre as áreas de formação mais demandadas estão logística e transporte, construção, metalmecânica, eletroeletrônica e tecnologia da informação.
Os macrossetores que mais empregam pessoas com essas formações estão serviços (40%), indústria (25%), construção (19%) e comércio (12%). Mas há oportunidades ainda na administração pública e na agropecuária.
“Logística portuária, por exemplo, é uma grande área com oportunidades no Espírito Santo. Outras que destaco são a de automobilismo e veículos eletrificados. Há inúmeras outras possibilidades, até porque o Estado cresce muito e se destaca cada vez mais no cenário nacional, seja por sua localização, seja por suas indústrias”, destaca a gerente-executiva de Educação e Cultura da Findes, Tatiane Franco.
Alta demanda e efeitos positivos na renda
A demanda por formação técnica é enorme, mas apenas 11% dos estudantes que terminam o Ensino Médio ingressam no Ensino Técnico.
Uma pesquisa realizada pela CNI em 2020 mostra que 72% das indústrias brasileiras têm dificuldade para encontrar profissionais com a qualificação técnica adequada para as vagas disponíveis.
Para tentar equilibrar essa equação, o Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece alcançar a meta de 4,8 milhões de matrículas na Educação Técnica em 2024. Em 2021 foram contabilizadas 1,8 milhões de pessoas matriculadas.
“Na verdade, o Ensino Técnico não é só para o jovem que acabou de sair do Ensino Médio, mas para toda a população economicamente ativa. Há indústrias que estão com projetos voltados para questões de gênero ou para pessoas com mais idade, por exemplo, que são as que têm as oportunidades de trabalho diminuídas. Nosso objetivo é fazer um trabalho de esclarecimento do que é uma carreira técnica e que, por meio dela, é possível alcançar os sonhos”, sinaliza Tatiane
A formação técnica pode gerar efeitos positivos na renda das pessoas. Uma pesquisa realizada pela PUC-RJ revela que os profissionais que fizeram cursos técnicos registraram um acréscimo, em média, de 17,7% na renda, em relação a trabalhadores com o mesmo perfil socioeconômico, que concluíram apenas o ensino médio regular. Nas regiões Norte e Nordeste, esse percentual é de mais de 21%.
Novos tempos, novas formações
A indústria 4.0 tem exigido novas habilidades, competências e formações dos trabalhadores. Para atender suas demandas, a formação técnica também precisa revisitar-se, assim como investir em tecnologia para seus laboratórios e infraestrutura.
“No Senai, por exemplo, o portfólio é todo alinhado a essas novas exigências da indústria e, por isso, foram criados alguns cursos e temos focado muito em assuntos como dados, inteligência artificial, cyber segurança. Precisamos estar um passo à frente, pensando no que a indústria vai precisar amanhã”, conta a gestora
O diálogo com a cadeia produtiva precisa ser constante para que seja possível antecipar cenários e ofertar uma formação conectada com as reais necessidades do mercado. Para além de cursos com uma veia mais tecnológica e invadora, há a necessidade de olhar as especificidades e vocações de cada região do Estado.
“Há muitas oportunidades, e elas não estão só na Grande Vitória. Por isso, as oito unidades do Senai são vocacionadas, trabalhando cursos específicos para aquela região. Na unidade de Cachoeiro, por exemplo, tem um laboratório de rochas. Na de Vitória, o forte é automobilismo e metalmecânica. Até porque não adianta apenas formar mão de obra sem pensar na inserção dela no mercado de trabalho”, diz.
Educação Técnica
Os cursos técnicos têm duração média de um ano e meio, podendo chegar a dois anos, e o pré-requisito é o aluno estar cursando ou já ter o Ensino Médio completo.
Eles preparam o indivíduo para o exercício de uma profissão por meio de uma metodologia de ensino bastante prática e voltada para o mercado de trabalho.
É uma alternativa muito utilizada para quem deseja ingressar rapidamente no mercado de trabalho, pois a duração do curso é mais curta e mais barata se comparada a uma graduação.
“O curso técnico contribui para elevar o nível de escolaridade da população e a empregabilidade dos alunos, e, por isso, deve ser visto por governos, pelas instituições de ensino, empresas e pela própria sociedade civil como política educacional e de emprego prioritária”, afirma o diretor-superintendente do Senai, Rafael Lucchesi.