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Ato em Copacabana homenageia PMs mortos e pede mudanças no código penal

Redação Folha Vitória

Rio - Um ato em defesa da Policia Militar (PM) do Rio foi realizado na manhã desta terça-feira, dia 9, na praia de Copacabana, na zona sul. O movimento Rio de Paz fincou 152 cruzes de madeira nas areias da orla para representar o número de policiais mortos de forma violenta nos últimos dois anos.

Familiares das vítimas e PMs que tiveram que se afastar das funções devido a sequelas sofridas em confrontos com criminosos participaram do protesto. A manifestação foi silenciosa. Além das 152 cruzes, uma maior, de aproximadamente três metros de altura, foi enrolada com uma farda da PM manchada de tinta vermelha.

"Nós entendemos que direitos humanos não têm lado, e por isso hoje nós estamos do lado da polícia", disse Antônio Costa, fundador do Rio de Paz. "Nós acreditamos que a polícia tem recebido tratamento desumano por parte do Estado. Ela é mal remunerada, muito pouco valorizada, e espera-se da polícia o impossível: que ela dê conta sozinha da segurança pública do Rio de Janeiro, uma cidade profundamente desigual, na qual os desiguais vivem lado a lado, num contexto de uma cultura de consumo. Somado a isso, uma guerra às drogas e um Estado fraco."

O movimento Rio de Paz já realizou outros atos semelhantes, incluindo protesto contra os gastos na Copa do Mundo e pelo desaparecimento do pedreiro Amarildo da Silva, na favela da Rocinha (zona sul), em 2013.

"Aconteceu, ano passado, da família do Amarildo nos procurar - e aí nós estávamos do outro lado, dando voz ao pobre, cujo direito havia sido violado pela Polícia Militar. Hoje nós estamos do lado da Polícia Militar. Não há incompatibilidade, nós não somos esquizofrênicos, porque direitos humanos envolvem direitos de todos os seres humanos", argumentou Costa.

Além da homenagem aos PMs mortos, a manifestação pedia mais segurança para os policiais e mudanças no Código Penal. "Só este ano são 79 (policiais) mortos e 258 baleados no Rio de Janeiro. Esse número é muito alto. Nós somos pagos para combater a violência, e hoje somos vítima dela", disse a cabo da PM Flávia Louzada.

"Nossa principal reivindicação é que mude o Código Penal. Já há um projeto no Legislativo para que seja transformado em crime hediondo todo crime cometido contra a integridade física do policial. Nós queremos que seja desengavetado esse projeto", destacou.UU

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