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Prestes a completar um mês, desaparecimento do médico capixaba ainda é mistério

Dia 28 completa um mês do desaparecimento do médico Roberto Gomes, 67 anos, que sumiu sem deixar pistas, em São Paulo, onde estava para o lançamento do livro Prevenção do Câncer

Médico deixou o hotel apenas com uma sacola nas mãos Foto: ​ Divulgação

No próximo domingo (28 ) completa um mês do desaparecimento do médico capixaba Roberto Gomes, 67 anos. Ele sumiu sem deixar pistas, em São Paulo, onde estava para o lançamento do livro Prevenção do Câncer, no qual é co-autor. O lançamento foi realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Roberto é um oncologista renomado, já foi eleito capixaba do ano em 2012, na área de medicina e comandou dezenas de trabalhos científicos sobre tratamento e prevenção do câncer. 

No dia 26 de novembro ele viajou para São Paulo, e lá participou do lançamento do livro, no dia 27. Após o fim do evento o médico se negou a vir de carona com colegas e preferiu pegar um táxi de volta ao hotel. Segundo presentes no evento, Roberto demonstrava um certo cansaço, e havia dito que não estava se sentindo bem, mas em entrevista a uma TV local, parecia feliz.  O médico retornou para o hotel onde estava hospedado, na avenida Paulista, e na manhã seguinte sexta-feira (28), fez contato com a família aqui no Estado, avisando que a passagem de volta para Vitória estava marcada para o sábado à noite, mas que ele anteciparia para a manhã de sábado. 

Esse foi o último contato entre Roberto e a família. Logo após tomar café no hotel onde estava hospedado, o médico fez check-out, guardou as malas dentro do guarda-volumes e saiu apenas com uma sacola plástica nas mãos.

As buscas começaram com hipóteses de mal súbito e sequestro. Logo, a segunda possibilidade foi descartada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de São Paulo.

O Filho do médico Leonardo Gomes, foi para a capital paulista em busca de informações do pai no dia 30, em seguida no dia 03 a esposa e também médica Nildete Gomes. A filha Roberta Gomes permaneceu no Estado e acreditava que o pai teria tido um mal súbito. "Alguma coisa, um mal súbito, um lapso de memória, porque ele estava tomando um antialérgico que era meio forte. Ele estava com muita alergia. Há mais de um mês que ele estava tomando", completa Roberta.

Desde então a família teve várias informações desencontradas, a primeira foi de um homem que teve um mal súbito e foi resgatado pelo Samu e internado em um hospital. Outras informações foram de pessoas nas redes sociais que diziam tê-lo visto dentro de rodoviárias, em parques da cidade, em praças e outros tantos lugares, que no final não levavam a nenhuma notícia concreta.

Aqui no Estado, o prefeito de Vitória Luciano Rezende que foi aluno de Roberto Gomes, compartilhou a foto do médico na sua página pessoal em uma rede social. A publicação gerou milhares de comentários, pessoas de todo o país partilharam a foto e inclusive pessoas do exterior, como uma brasileira do Bahrein, nos Emirados Árabes. Outro político que disponibilizou sua ajuda, foi o deputado estadual Gilson Lopes, presidente da Comissão de Segurança da Assembleia do Legislativa do Estado do Espírito Santo (Ales). Lopes, que também é delegado da Policia Civil, foi à capital paulista para acompanhar o caso de perto e esteve com a delegada Maria Helena Nascimento da 4ª Delegacia de Pessoas Desaparecidas, do DHPP, de São Paulo. Nesse período todos os albergues para moradores de ruas e hospitais foram averiguados, sem notícias positivas. 

Imagens do hotel, das câmeras da avenida Paulista, e do Metrô da Consolação que fica à 50 metros do hotel onde o médico capixaba estava hospedado, foram solicitadas e investigadas. O celular e o notebook deixados no guarda-volumes também foram analisado sem sucesso. Cães farejadores fizeram buscas e levaram nova esperança aos familiares. Os cachorros indicaram que o médico passou pela avenida Paulista, Parque Trianon, e circulou pela Estação da Consolação, mas não chegou à Estação Paulista.

As últimas notícias concedidas para a imprensa são de que o médico havia feito compras de remédios com o cartão de crédito e pago a passagem. Mas informações extraoficiais apontam ainda que investigações da quebra do sigilo bancário revelam que Roberto teria efetuado um saque de R$ 2 mil. Em seguida, teria feito o check-out e pago a conta do hotel em dinheiro, no valor de R$ 850. Outros R$ 350 em espécie teriam ficado na carteira do médico na mala, levantando a dúvida de onde estariam o restante da quantia e o que o médico carregava na sacola de plástico.  

A esperança final sobre o oncologista foi uma imagem, feita uma semana após seu desaparecimento na região de Santa Cecília próximo ao Hospital Samaritano, em que o médico teria feito residência médica. No entanto em entrevista ao FOLHA VITÓRIA, Magnos Martinello, genro do médico, fala que a família não reconhece Roberto nas imagens divulgadas pela Polícia.
“A imagem não é dele, não é o jeito dele andar, o homem da imagem é muito diferente do Roberto”, falou Magnos.

Prestes a completar um mês, neste domingo (28), a família segue com esperanças de achar o médico e a polícia paulista continua nas buscas sem nenhuma informação precisa e sem nenhuma novidade no caso.

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