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Menino autista de escola pública é aprovado no Ifes e ganha festa de professores

Fabrício Seeberger passou para o curso integrado de Mecatrônica, na Serra. Jovem dizia que sonha desde criança em criar robôs

Rafael Silva Freitas

Redação Folha Vitória
Foto: arquivo pessoal

Um aluno autista da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Maria Istela Mondanezi, na Serra, foi aprovado para fazer o curso de Mecatrônica no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Fabrício Seeberger Rangel, de 14 anos, diagnosticado com o espectro do autismo desde os três anos de idade, recebeu uma festinha de colegas e professores da escola no último sábado (15).

Desde cedo, o jovem já era fã de campeonatos de lutas de robôs e sonhava em estudar mecatrônica. Foi incentivado por essa paixão e pela vontade da mãe, de ter um filho que pudesse estudar na escola técnica, que ele resolveu começar a se preparar para a prova.

"Ele sempre foi um menino muito estudioso e com boas notas na escola. Eu tenho outros dois filhos e tinha esse desejo para que um deles pudessem cursar a escola técnica. Ele sabia disso e, quando a gente passava na frente do Ifes, ele dizia para mim que realizaria esse desejo", lembra a mãe do garoto, a enfermeira aposentada Fabiana Seeberger Rangel.

"Tá feliz, mãe?"

Foto: arquivo pessoal

Fabrício fez a mesma prova que outros alunos capixabas que participaram do processo seletivo para entrar no instituto. Por conta do autismo, o Ifes atendeu a um pedido da mãe para que ele tivesse direito a ter uma hora a mais que os outros candidatos para fazer a prova.

Mesmo com um tempo maior, Fabrício terminou o teste em pouco mais de uma hora e meia. "Acho que ele sentiu que fez uma boa prova. Estava muito tranquilo. Eu que fiquei mais ansiosa. Todo mundo tinha se juntado, os professores também estavam ajudando ele a estudar, porque sabiam que ele tinha potencial", conta Fabiana.

Foi a mãe quem viu o resultado da prova na última sexta-feira (14). Ao dar a notícia para o filho, Fabrício ficou surpreso e lembrou do sonho de Fabiana. "Eu já comecei a chorar e falei para ele que ele tinha sido aprovado. Ele dizia para mim 'viu mãe, eu passei, você está feliz?'", recorda.

Festinha na escola

Os professores da escola de Fabrício mobilizaram uma festa em homenagem ao menino e fizeram até uma faixa parabenizando a aprovação. "As professoras ajudaram muito ele, em especial a Julia e a Mariangela. Elas davam o conteúdo a eles e eu copiava os simulados para ele fazer em casa. Estamos muito animados e temos certeza que logo ele estará construindo os seus robôs", afirma Fabiana.

Foto: Ifes/aprovado/autista


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